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As queimadas em São Paulo que atingem o meio ambiente e a qualidade de vida podem afetar também o bolso do brasileiro. Isso porque a produção agrícola deve ser impactada pelo desequilíbrio ambiental causado pelo fogo e pela seca. Informa matéria da CNN
Com esse cenário, os custos de produção acabam por subir e, consequentemente, os preços de alimentos que compõe a cesta básica.
É o que explica o economista Maurício Bento. Ele lembra que essa é a segunda grande tragédia ambiental de 2024 no Brasil que poderá trazer impactos econômicos. A primeira foi as enchentes do Rio Grande do Sul, que teve consequências para a produção do arroz.
Agora, as queimadas em São Paulo também devem afetar as mesas dos brasileiros.
“São Paulo é a maior economia do Brasil, conhecida pelo mercado financeiro, por indústrias e também por ser grande uma potência agropecuária. Então, essas queimadas podem não só destruir essas produções agropecuárias, como também contribuir para agravar ainda mais a questão da seca, o que interfere no aumento do preço de diversos bens”, esclarece.
Custo de vida
Bento também explica que os alimentos impactam diretamente no custo de vida da população, em especial à de renda mais baixa.
“Em termos de renda, quanto mais baixa a renda dessa pessoa, maior é a parte destinada para a alimentação. Tanto a enchente no Rio Grande do Sul quanto as queimadas de São Paulo afetam os espaços de produção, dado que o impacto é principalmente sobre agricultura. O Brasil produz a maior parte do alimento que consome, então, de fato isso pode ensejar um aumento significativo do custo de vida da população de classe mais baixa”, explica.
O economista pondera que, no momento, é difícil avaliar o cenário econômico e o tamanho dos impactos, isso porque ainda estamos vivendo o período de queimadas.
Para o empresário Gustavo Defendi, se o desequilíbrio ambiental seguir nesse ritmo, haverá problemas na produção dos alimentos essenciais, o que afetará os preços e a disponibilidade dos itens da cesta básica.
“Você tem uma questão da oferta que fica menor, e a tendência é o aumento de preço do feijão, arroz e soja. Então, a gente poderá ver esse efeito o cascata na cadeia de produção. Se a gente não conseguir regular esse efeito rápido, ele virá muito forte”, acredita.
Defendi, que é sócio-diretor de uma empresa que comercializa cestas básicas, complementa que adota cautela nesse momento.
“Nós compramos os produtos direto das indústrias. A gente faz uma programação de compras, e percebemos que eles estão diminuindo um pouco essa programação, como forma de precaução para o caso de existir problema de abastecimento”, conta.
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