Especialista explica como funciona o exame mais preciso para a detecção do vírus causador do câncer
Drª. Débora Maranhão, ginecologista obstetra
Em mais de 90% dos casos, o tumor maligno é causado pelo vírus do HPV (Human Papiloma Virus), um vírus sexualmente transmissível com mais de 200 subtipos, alguns de alto risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer. Na maioria dos casos, o HPV se prolifera lentamente e, segundo Maranhão, pode demorar entre cinco e 15 anos até o aparecimento de alguma lesão.
Prevenir continua sendo a melhor solução. A vacina contra o HPV é disponibilizada gratuitamente pelo SUS para crianças (meninas de nove a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos). Além da vacinação e do uso de preservativos durante as relações sexuais, é possível reduzir o número de novos diagnósticos em até 90%, segundo dados da OMS, se ao menos 80% da população alvo realizar exames preventivos como o Papanicolau e o teste de genotipagem do DNA do HPV.
“Esses exames preventivos também são fundamentais, pois quanto antes se descobre uma possível lesão ou se identifica o vírus, mais simples é o tratamento e maiores são as chances de cura, evitando que o problema se agrave e se transforme em um câncer”, explica Maranhão. Em 2023, o Ministério da Saúde incluiu um teste de genotipagem do DNA do HPV para detecção do vírus no colo do útero, um teste mais apurado e menos invasivo que o Papanicolau.
“É importante entender a diferença e necessidade dos dois exames. A genotipagem do DNA do HPV é um teste muito mais específico para determinar se a pessoa teve contato com o vírus ou se ela já tem o vírus. Não mostra se está causando alguma lesão, mas mostra o risco daquela pessoa desenvolver o câncer do colo do útero e faz com que ela fique mais atenta ao rastreamento e aos cuidados necessários. Já o Papanicolau identifica lesões para que se busque cuidado e previna que elas se desenvolvam em algo pior. É muito importante entender a realização deles para um diagnóstico completo e mais seguro”, conta Débora.
Quando é necessário fazer o teste?
Para a especialista, a periodicidade dos exames segue o histórico de saúde de cada um. Exames de rastreamento, como o citopatológico (exame de Papanicolaou), devem começar a partir dos 25 anos em pessoas sexualmente ativas, mesmo para quem foi vacinada, até os 64 anos. “ O Papanicolau deve ser feito anualmente até que dois exames apresentem resultados normais, negativos, e aí sim pode ser feito a cada três anos”, explica Débora.
Já pessoas com imunidade baixa, convivendo com HIV e AIDS, ou em uso de imunossupressores, têm uma maior chance de desenvolver a doença e por isso, devem passar pelos exames em um intervalo menor de tempo, a cada seis meses ou um ano.
"Se cuidar é mais do que uma necessidade. Os exames se complementam para trazer mais segurança e saúde, além de evitar problemas futuros. Assim, quanto antes for detectada a presença do vírus no organismo ou encontrada uma lesão, mais tempo a pessoa tem para tratar e solucionar antes que realmente vire um problema maior", finaliza Débora.
SOBRE A ALICE
Alice é um plano de saúde para empresas que também faz a gestão proativa da saúde de seus membros. Fundada por André Florence, Guilherme Azevedo e Matheus Moraes, e lançada ao mercado em junho de 2020, tem por missão tornar o mundo mais saudável. Em maio de 2023, a Alice adquiriu a carteira de clientes da QSaúde e se consolidou como a maior healthtech da América Latina, com aproximadamente U$ 175 de capital levantado, receita anual projetada em R$ 500 milhões para 2024 e 27 mil membros. Entre os principais fundos que investem na Alice estão Allen & Company LLC, Canary, Endeavor Catalyst, Globo Ventures, G Squared, Kaszek, Maya Capital, StepStone Group, SoftBank Latin America Fund (SBLA), ThornTree Capital Partners.
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