Alexandre de Moraes, ministro do STF
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), derrubou nesta segunda-feira, 29/8, o sigilo da decisão que ordenou a busca e apreensão realizada na semana passada pela Polícia Federal contra um grupo de empresários bolsonaristas que faziam parte de um grupo de WhatsApp onde se defendia um eventual golpe de Estado em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de outubro. Yancey Cerqueira / bahiaon
Para justificar a decisão, Moraes faz referência a uma série de investigações que apontariam haver um núcleo estruturado com financiamento com o objetivo de promover atos antidemocráticos. Ele determinou também quebras de sigilo de envolvidos. Os empresários estariam também o inquérito do fim do mundo (das Fake News).
A ação determinada por Moraes, atual presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), reacendeu as críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao magistrado.
Os empresários Afrânio Barreira Filho (Coco Bambu), Ivan Wrobel (W3 Engenharia), José Isaac Peres (Multiplan), José Koury (shopping Barra World), Luciano Hang (lojas Havan), Luiz André Tissot (Sierra Móveis), Marco Aurélio Raymundo (Mormaii) e Meyer Joseph Nigri (Tecnisa) são alvos da ação.
A coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, teve acesso ao conteúdo do grupo de rede social que mostra trocas de mensagens como a do dia 31 de julho. Na ocasião, o empresário José Koury defendeu explicitamente uma ruptura na democracia do País. “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, afirmou, deixando implícito que não se importaria que o Brasil virasse uma ditadura novamente.
A mensagem recebeu apoio de parte dos integrantes do grupo, como o de Morongo, como é conhecido o dono da rede de lojas de surfe Mormaii. “Golpe foi soltar o presidiário! Golpe é o ‘supremo’ agir fora da constituição! Golpe é a velha mídia só falar m…”.
Morongo também citou os atos marcados para o 7 de Setembro. “Está sendo programado para unir o povo e o Exército e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Exército está. Estratégia top e o palco será o Rio. A cidade ícone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro”, escreveu.
Ainda no mesmo dia, André Tissot, do Grupo Sierra, endossou a opinião sobre o golpe e disse que a ruptura já deveria ter ocorrido antes: “O golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo. [Em] 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais”.
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