Ex-ministro descumpriu regra da Anac ao retirar munição no balcão da companhia aérea
Foto: Isac Nóbrega/PR
Após o disparo acidental de arma de fogo do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, no aeroporto de Brasília, na segunda-feira (25), a Polícia Federal (PF) abriu um procedimento preliminar para investigar o caso.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, a corporação já ouviu o próprio Ribeiro e também duas testemunhas, uma delas a funcionária da Gol Linhas Aéreas que foi atingida pelos estilhaços do disparo.
Segundo a publicação, a PF também vai analisar as câmeras de segurança do aeroporto e também pedir informações ao Exército sobre a arma e a liberação para porte do ex-ministro.
À polícia, Ribeiro alegou ter aberto sua pasta para pegar a arma e separá-la do carregador e disse que o espaço ficou “pequeno para manusear a arma”, que acabou disparando, perfurando o coldre e a própria pasta.
“O declarante com medo de expor sua arma de fogo publicamente no balcão, tentou desmuniciá-la dentro da pasta, ocasião em que ocorreu o disparo acidental”, diz trecho do depoimento reproduzido pelo jornal.
O procedimento adotado por Milton Ribeiro, de desmiuçar a arma no balcão da companhia aérea, contraria uma norma da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que determina a retirada da munição antes do embarque. Segundo o jornal, no aeroporto onde houve o disparo há um local específico para que passageiros retirem munições de armas que serão transportadas.
Em resposta ao contato da Folha, a Anac afirmou que o “despacho de arma de fogo e munições em aeronaves de transporte aéreo regular somente pode ocorrer com a autorização da unidade da Polícia Federal presente no aeródromo”. A PF, no entanto, não informou se o ministro chegou a solicitar autorização.
Por meio de nota, o Exército disse que “não teve acesso à documentação apresentada por ocasião da ocorrência, para que possam ser analisadas eventuais medidas aplicáveis ao caso”.
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