por Anna Virginia Balloussier e Júlia Barbon | Folhapress
Foto: EBC
O Ministério Público do Rio de Janeiro pediu nesta quinta-feira (27) a interdição da Marquês de Sapucaí, sambódromo por onde passam Mangueira, Salgueiro e outras escolas de samba do Carnaval fluminense.
Segundo a Promotoria, a realização do evento deve ser condicionada a uma vistoria do Corpo de Bombeiros, que daria então um laudo técnico conferindo "autorização especial" para que os desfiles possam acontecer.
A iniciativa partiu da 6ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania, que ajuizou uma ação civil pública na 1ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital.?
O MP solicitou a seu corpo técnico, o Gate, com peritos em engenharia, que fizesse uma inspeção "para verificar se o local reúne condições de segurança adequadas a receber evento de tamanha magnitude". Decidiu que não, não reúne.
À ação foram agregadas imagens de disjuntores sem identificação, instalações elétricas improvisadas (com vários fios embaralhados), entre outros pontos que podem comprometer a infraestrutura do local.
"Em verdade, o não atendimento às normas legais e normativas técnicas exigidas pelo Corpo de Bombeiros remonta à construção do Sambódromo e demonstra efetivo descaso do Poder Público municipal e da Liesa com a vida e segurança de todos aqueles que utilizam o local durante o período do Carnaval", diz o texto.
O MP também pede que o Judiciário só libere o evento se os presidentes da RioTur (agência municipal de turismo) e da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) assinarem, num prazo de 24 horas, um Termo de Responsabilidade "assegurando que o local reúne condições de segurança suficientes à assegurar a vida e integridade física dos espectadores, jurados, trabalhadores e integrantes das escolas de samba".
No início da noite desta quinta, a juíza da 1ª Vara de Fazenda Pública do Rio, Monica Teixeira, determinou que o Corpo de Bombeiros faça uma vistoria no sambódromo e produza em 24 horas um laudo atestando ou não a capacidade do local receber público.
A magistrada determina ainda que a Liesa e a RioTur assinem o termo de responsabilidade solicitado pela Promotoria.
O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, afirmou na tarde desta quinta em entrevista no sambódromo que não estava ciente da ação do Ministério Público e que o espaço é cedido à liga por um termo de permissão de uso da prefeitura apenas durante a montagem e realização dos desfiles.
O sambódromo pertence ao estado do Rio, mas está cedido à prefeitura carioca, sob gestão de Marcelo Crivella (PRB) logo a responsabilidade é municipal, declarou o governador Wilson Witzel (PSC), também na Marquês de Sapucaí.
Ele disse esperar que o Corpo de Bombeiros "tome as providências necessárias, juntamente à Liesa e à RioTur", para que as escolas de samba possam desfilar. "Acredito que isso será resolvido porque as pendências já eram esperadas."
Procurada, a RioTur ainda não se posicionou sobre o pedido de interdição do sambódromo pela Promotoria.
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