por Reynaldo Turollo Jr. | Folhapress**Foto: Reprodução / Michel Jesus / Câmara dos Deputados
O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, vai apresentar ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), nesta segunda-feira (25), os resultados parciais da investigação da Polícia Federal sobre a facada desferida em setembro passado contra o então candidato durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG).
Moro e Bolsonaro reúnem-se no Planalto para tratar do assunto. Segundo o ministro, o inquérito da PF continua em andamento.
"O presidente é a vítima, ele é interessado na investigação, então vai ser apresentado a ele o resultado da investigação até o momento", disse Moro a jornalistas após participar do seminário Políticas Judiciárias e Segurança Pública, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em Brasília.
Responsável pela PF, o ministro da Justiça não revelou qual rumo a investigação tomou. O inquérito foi aberto no ano passado para investigar se houve participação de terceiros no crime cometido por Adélio Bispo de Oliveira, que está preso.
No último dia 10, internado em São Paulo após passar por uma cirurgia em decorrência da facada, Bolsonaro divulgou um vídeo em que pediu uma solução para a investigação. "Espero [que] a nossa querida Polícia Federal, a polícia que nos orgulha a todos, tenha uma solução para o nosso caso nas próximas semanas", disse na ocasião. No vídeo, o presidente disse que o caso "não pode ficar impune".
Um outro inquérito, concluído pela PF em Minas Gerais, chegou à conclusão de que Adélio agiu sozinho no dia do crime. Pessoas que estavam próximas fisicamente dele no momento da facada foram interrogadas e tiveram celulares e computadores apreendidos e periciados.
Em conjunto com imagens do momento do atentado, a Polícia Federal concluiu que essas pessoas não tinham relação com o atentado nem com Adélio.
No evento do CNJ desta segunda, Moro anunciou que o Ministério da Justiça planeja trazer para o Brasil um projeto, exitoso na Europa, que visa estabelecer "contratos locais de gestão de segurança pública" em municípios com altos índices de criminalidade.
Sem dar muitos detalhes, Moro afirmou que a ideia é firmar uma espécie de contrato entre União, Estados e municípios para definir responsabilidades e ações conjuntas para o combate à criminalidade nesses locais.
O ministro também aproveitou o evento, repleto de juízes, membros do Ministério Público e advogados, para defender seu pacote anticrime enviado ao Congresso com o objetivo de alterar 14 leis e endurecer as normas para criminosos perigosos e acusados de corrupção.
"Não há condições de um endurecimento geral, nossos presídios não comportam um aumento acentuado da população carcerária. Não obstante, é possível, sim, defender o endurecimento do sistema em relação à criminalidade mais grave", disse Moro em sua palestra.
O ministro afirmou que seu pacote tem três alvos: a criminalidade organizada, os crimes contra a vida e os crimes contra a administração pública, como corrupção. "Corrupção, criminalidade violenta e criminalidade organizada estão vinculadas", afirmou.
Moro anunciou ainda que o Ministério da Justiça vai criar dois novos bancos nacionais: um de Perfil Balístico e um Multibiométrico. O ministro não deu detalhes dessas iniciativas.
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