por Lucas Arraz**Foto: Reprodução / EBC
Com medo da repercussão negativa, deputados retiraram as assinaturas em apoio à criação da Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) para investigar irregularidades da Operação Lava Jato na Câmara dos Deputados. O pedido, que teve o apoio de líderes do MDB, PT, PP, PR, PDT, PCdoB e PSOL, obteve, inicialmente, a assinatura de 190 deputados favoráveis à criação, entre eles, 20 baianos. Afonso Florence (PT), Alice Portugal (PCdoB), Bacelar (Podemos), Bebeto (PSB), Cacá Leão (PP), Caetano (PT), Daniel Almeida (PCdoB), Elmar Nascimento (DEM), Félix Mendonça Júnior (PDT), Fernando Torres (PSD), João Carlos Bacelar (PR), Jorge Solla (PT), José Nunes (PSD), José Carlos Araújo (PP) José Rocha (PR), Lúcio Vieira Lima (MDB), Mário Negromonte Júnior (PP), Nelson Pelegrino (PT), Roberto Britto (PP) e Valmir Assunção (PT) assinaram o pedido. O texto da CPI teve autoria de Paulo Pimenta (PT), Baleia Rossi (MDB) e outros parlamentares. Na ementa, os deputados pedem a comissão com a finalidade de “investigar as denúncias de irregularidades feitas contra Antônio Figueiredo Bastos, inclusive envolvendo escritórios de advocacia, ocorridas no âmbito da Operação Lava Jato”. Como justificava para a criação da CPI, os líderes registraram que era preciso investigar os “esquemas de venda de proteção em delações premiadas por parte de advogados e delatores no âmbito da Operação Lava Jato e em investigações anteriores”. Até a publicação desta reportagem, nesta terça-feira (19), pelo menos 35 deputados retiraram os nomes do pedido, entre eles, o deputado federal baiano José Rocha (PR). Em nota ao site Metropoles, outro parlamentar que pediu para retirar a assinatura, declarou que o documento da CPI o induziu ao erro. O gaúcho Darcísio Perondi (MDB) disse que não tem como objetivo “desconstruir as delações premiadas e, por consequência, esvaziar a Operação Lava Jato”. “Assinei, mas fui induzido ao erro. Depois que li com mais cuidado as justificativas do pedido, entendi que a CPI em questão não ajuda em nada ao Brasil, tampouco o combate à corrupção. Não vou avalizar nenhuma iniciativa, de qualquer partido que seja, que tenha como objetivo atrapalhar o trabalho que vem sendo feito para passar o País a limpo”, afirmou. Para que a CPI da Lava Jato seja instalada na Câmara é necessário o apoio de pelo menos 1/3 dos deputados, isto é, de 171 parlamentares. Com as 35 desistências, o pedido perdeu o necessário para conseguir seguir. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), ainda não se manifestou sobre o pedido que também precisa da sua chancela.
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