O HRCC é referência para urgência/emergência de média e alta complexidade. Em algumas situações atende pessoas que mesmo com toda assistência prestada não conseguem sobreviver. É fundamental que a unidade disponha de uma equipe apta a dialogar com as famílias enlutadas, a fim de ajudá-las a compreender a importância da doação”, enfatiza. A doação pode ocorrer em duas situações: córneas e múltiplos órgãos. Na doação de córneas é necessário que o coração já tenha interrompido as suas atividades. Na doação de múltiplos órgãos é preciso comprovar a morte encefálica (morte cerebral). Contudo, por meio de aparelhos, o coração deve permanecer em atividade. A comprovação atende a um protocolo rigoroso. Deve ser certificado se o paciente responde a estímulos neurológicos – procedimento que se dá com a realização de duas avaliações clínicas e um exame complementar, com intervalo de uma hora. “A nossa função primordial é acolher a família diante da perda do ente querido, e sensibilizar sobre a importância da doação de órgãos. Doar é um ato de amor. Infelizmente muitas pessoas não têm acesso às informações, o que acaba dificultando o processo. O papel da nossa equipe é justamente esclarecer a relevância que a doação de órgãos possui”, explica Silvana Batista, enfermeira do HRCC e integrante da CIHDOTT. De acordo com Silvana, o conhecimento a respeito do tema é um passo muito importante para a disseminação das informações na família, na esfera do trabalho e na sociedade de forma geral. O doador precisa manifestar, em vida, o desejo de que uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas, sejam doadas. Entretanto, a doação é consentida, ou seja, só pode ser realizada mediante autorização da família. Silvana reitera que a negativa familiar é um aspecto preocupante na Bahia, pois 70% das famílias entrevistadas dizem não à doação de órgãos e tecidos, fazendo do Estado a quarta maior fila de espera do país. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), até 2017, estimava-se que no Brasil mais de 30 mil pessoas aguardavam por transplante de órgãos.
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