* Por Coronel da PM Irlando Oliveira
Os anais da história brasileira jamais registraram índices tão alarmantes e preocupantes, em todos os sentidos, como na atual conjuntura. O país vive eternamente sob suspeição e tensão, apresentando dados estatísticos que nos dão conta, a todo momento, de que, de fato, chegamos ao fundo do poço, com remotíssima possibilidade de vermos a tão desejada luz ao final do túnel. No campo da política, acompanhamos escândalos após escândalos, envolvendo corrupção, malversação dos recursos públicos, obras inacabadas, outras concluídas e inauguradas mas que não funcionam, dando-nos mostra da incompetência e da desídia que permeia tal campo, acompanhada da impunidade, já que pouquíssimos são chamados à responsabilidade!
No campo da segurança pública, aliado àquilo que vemos através da mídia televisiva, falada ou escrita, diariamente - com destaque para o Estado do Rio de Janeiro -, nos deparamos com um dado assustador de mortes no país: em uma única semana, foram registradas nada mais nada menos do que 1.195 mortes, ou seja, uma a cada oito minutos. Tais dados foram catalogados entre 21 a 27 de agosto deste ano de 2017, em 546 cidades (aproximadamente 10% do total dos municípios brasileiros), pelo Projeto Monitor da Violência, resultado da parceria envolvendo o G1, o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Percebe-se, claramente, que o país está acéfalo, sem timoneiro! Não há condições de governabilidade quando se perde a confiança, o respeito e a credibilidade. Este é o cenário atual do Brasil! Diante de fatos não há argumentações! E acompanhamos, também, que não há sinais de progresso! O país está em pleno estado letárgico e de estagnação, no que respeita ao seu desenvolvimento como nação!
Desta forma, entendemos que não há outro remédio senão através de uma Intervenção Militar, conforme preceitua a nossa Constituição Federal, no artigo 142 - tão em voga -, já que as Forças Armadas se destinam “à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.
Vale dizer, o verbete “Intervenção”, à luz do dicionário, significa, dentre outros conceitos, “ato de exercer influência em determinada situação na tentativa de alterar o seu resultado; interferência”. Ora, aqui não há qualquer associação a Golpe Militar, até porque, na condição de o nosso país ser Estado Parte da Organização das Nações Unidas (ONU), tal tentativa seria totalmente descabida, principalmente em razão dos inúmeros embargos por parte da comunidade internacional. O que não podemos é ficar inertes e silentes, tão-somente acompanhando a nau afundar, gerando, cada vez mais, prejuízos à nação, a qual já padece de sofrimentos mil, nas mãos de canalhas travestidos de bons mocinhos, usurpando os recursos da União, dos Estados e dos Municípios, gerindo o público como se privado fosse!
* Irlando Lino Magalhães Oliveira é Oficial da Polícia Militar da Bahia, no posto de Tenente-Coronel do QOPM, atual Comandante do 14º BPM/Santo Antônio de Jesus, e Especialista em Gestão da Segurança Pública e Direitos Humanos.
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