Wellington Ramalhoso*Do UOL, em São Paulo
O setor de operações estruturadas da Odebrecht, criado para organizar e executar pagamentos ilícitos, desembolsou quase US$ 3,4 bilhões, o equivalente a R$ 10,7 bilhões, somente entre 2006 e 2014. O dinheiro seria suficiente para erguer 5.400 creches. Para formar tamanha fortuna e distribuir boa parte dela em dinheiro vivo, a empresa superfaturou obras, influenciou a atuação de políticos, recorreu a doleiros e envolveu até uma cervejaria.
Em alguns anos, a propina paga superou o lucro da companhia, mas a fortuna desembolsada não abalava as finanças. Isso porque a origem do dinheiro também era ilícita. "A Odebrecht nunca usou dinheiro próprio, de capital lícito dela, em pagamentos ilícitos. Ele nunca desfalcou seu patrimônio. Ela usou [no esquema de pagamentos] o dinheiro que obteve via corrupção e superfaturamento", afirma o jurista Walter Maierovitch.
O superfaturamento é a diferença entre o custo da obra e o preço a mais cobrado por ela, acima do valor de mercado. A construção pode ser superfaturada por meio de fraude na época da contratação e por meio de acréscimos cobrados posteriormente que vão elevando o preço estipulado no início. A Lava Jato investiga pelo menos 50 obras executadas pela Odebrecht, algumas delas fora do país.
Na delação feita à Lava Jato, o ex-funcionário Hilberto Mascarenhas, que comandava o setor de operações estruturadas, afirmou que o ex-presidente do grupo Marcelo Odebrecht incentivava o acerto de propinas em troca de vantagens porque a empresa pagava bônus aos executivos de acordo com o faturamento obtido nas obras. Matéria completa aqui https://noticias.bol.uol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário