Quando Einstein propôs sua inovadora e útil Teoria da Relatividade, ele sugeriu que esta havia sido construída com base na ideia de que a velocidade da luz sempre permanece imutável.
No entanto, pesquisadores sugerem que este conceito fundamental, que sustenta grande parte das teorias físicas mais modernas, pode não ser tão constante quando o físico acreditava. E o grupo afirma que está pronto para testar a controversa hipótese, de acordo com informações do jornal Daily Mail.
A ideia essencial da teoria da relatividade diz que a luz viaja através do vácuo do espaço a uma velocidade constante. Tal afirmação foi utilizada para elaborar hipóteses importantes, como a idade do Universo, por exemplo, que deu aos cosmológos uma ideia do que teria ocorrido após o Big Bang.
No entanto, no final da década de 1990, o físico João Magueijo, do Imperial College, de Londres, sugeriu que a velocidade da luz pode ter variado logo no início do Universo. Os físicos acreditam que, nos segundos após o Big Bang, o Universo se expandiu rapidamente a partir de um único ponto, em um processo chamado de inflação.
Mas, se a luz viajava a uma velocidade constante, então não houve tempo suficiente após o evento do Big Bang para que os fótons atingissem as bordas do universo visível, resultando no que os cientistas chamaram de Problema do Horizonte. Para resolvê-lo, os pesquisadores sugeriram que a velocidade da luz oscilou durante esse período inicial, viajando mais rápido em algumas regiões. Logo, ela teria deixado sua marca na radiação cósmica de fundo de micro-ondas – deixadas pelo Big Bang – em um “índice espectral”.
Recentemente, Magueijo e Dr. Niayesh Afshordi, do Instituto Perimeter, no Canadá, usaram um modelo para colocar um número nesse índice. “A teoria que propusemos pela primeira vez no final dos anos 90, atingiu um índice de maturidade – produzindo uma previsão testável”, disse Magueijo.
“Se as observações futuras acharem esse número correto, isso poderia levar a uma modificação da teoria da gravidade de Einstein”, explicou. “A ideia de que a velocidade da luz poderia ser variável foi tida como radical quando proposta pela primeira vez, mas com uma previsão numérica, torna-se algo que os físicos podem realmente testar. Se verdadeira, ela significaria que as leis da natureza nem sempre foram como são hoje”.
Dos modelos examinados, os pesquisadores alcançaram um número de 0.96478, que pode ser testado contra leituras de fundo de micro-ondas cósmicas fornecidas por telescópios espaciais. As últimas medições do telescópio Planck, colocaram o valor em 0.9655. Se as figuras puderem ser comprovadas, poderia significar que a velocidade da luz no Universo primitivo era muito maior antes de desacelerar para o valor atual.
Os resultados do estudo foram publicados na revista Physical Review D. [ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Pixabay ]
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