Enquanto o Palácio do Planalto avalia que diminuiu nas últimas semanas o risco de um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff com base nas chamadas pedaladas fiscais, integrantes de partidos de oposição no Congresso já avaliam como tirar proveito do desgaste do governo com a discussão para se recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Para esses parlamentares, um novo estremecimento na relação entre integrantes da base aliada e o Planalto pode reabrir espaço para retomar o mote do impeachment da presidente. A oposição avalia que o projeto do novo tributo, previsto para ser enviado ao Congresso nesta semana pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda), poderá ser o estopim da ingovernabilidade. Ex-articulador político do Planalto, o vice-presidente Michel Temer já se colocou contrário à recriação da CPMF. Os peemedebistas que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente Eduardo Cunha (RJ) e Renan Calheiros (AL), também disseram que não pretendem apoiar a volta do tributo, extinto pelo Senado em 2007, na votação que a própria Dilma define como maior derrota do governo Luiz Inácio Lula da Silva. "A criação da CPMF só contribui para a ingovernabilidade, um dos pressupostos para o impeachment", disse o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE). "A ingovernabilidade está instalada nas portas do Palácio do Planalto. A CPMF enfraquece até o já frágil apoio dado pelo grande capital a Dilma", emendou o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP).
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