Que mãe não gostaria de poder prever doenças e intolerâncias alimentares que o filho vai desenvolver ao longo da vida e assim tomar as medidas para prevenir ou evitar o sofrimento dele? O que parece um sonho para os pais superprotetores existe: um teste genético, feito com um pouco da saliva do bebê, permite saber se, em algum momento da vida, ele poderá ter diabetes, ser obeso ou intolerante à lactose, por exemplo. Com informações do UOL
Para Ana Cristina Fontenele Soares, pediatra do Hospital Infantil Sabará, de São Paulo, o teste genético só deve ser solicitado para pacientes que apresentam sintomas ou para investigar irmãos e pais de crianças que tenham uma doença diagnosticada. "Não é um exame que eu pediria para uma criança saudável, semhistória familiar importante para alguma doença. Cada caso precisa ser avaliado individualmente, e os pais devem conversar com o pediatra do filho para saber se é válido ou não realizá-lo", diz.
É importante ressaltar que o resultado do teste é apenas preditivo, ou seja, se der positivo, não significa que a criança é intolerante ou vai ter a doença, mas que ela tem uma predisposição genética para desenvolvê-las ao longo da vida.
O número de doenças e intolerâncias alimentares que podem ser detectadas e o custo do teste variam conforme o laboratório. O NutriJunior, teste realizado pelo Centro de Genomas, que fica em São Paulo, detecta genes associados à obesidade e ao diabetes do tipo 2, ao metabolismo do folato (ligado ao risco de doenças cardiovasculares) e da vitamina D (relacionado ao aparecimento de doenças ósseas e crônicas), à intolerância à lactose e ao glúten (doença celíaca). O resultado fica pronto em até 40 dias, e o preço é R$ 1.800.
Quem quiser investigar apenas a predisposição à intolerância à lactose pode fazer um teste mais simples, que custa R$ 300. Para realizá-lo, é preciso ter pedido médico e não há cobertura por planos de saúde ou pelo SUS.
"O teste pode ser solicitado por médico ou nutricionista, de qualquer cidade do Brasil. O kit para a coleta de saliva é enviado pelos correios, e a amostra pode ser obtida por quem prescreveu o exame", fala Mônica Yamada, nutrigeneticista do Centro de Genomas.
O laboratório DLE, com unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro, também oferece a análise genética para possíveis intolerâncias à lactose e ao glúten. Para saber se a criança pode um dia ter restrição ao consumo de lactose, os pais vão gastar R$ 780.
Quem pode fazer?
Embora a análise possa ser feita em qualquer idade, já que a constituição genética não se altera ao longo dos anos, Mônica Yamada afirma que as amostras devem ser colhidas nos primeiros meses de vida. "Em casos de doenças e intolerâncias relacionadas à alimentação, a identificação do perfil genético no início da vida ajuda a mãe a buscar alternativas mais cedo", diz. Fonte: Com informações do UOL
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