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quarta-feira, 24 de junho de 2015

MPF denuncia Vargas, o irmão e a mulher por lavagem de dinheiro

O Ministério Público Federal propôs ontem nova denúncia contra o ex-deputado André Vargas (ex-PT), dentro das investigações da Operação Lava Jato. Ele já é réu em outro processo que tramita na Justiça Federal do Paraná, em Curitiba, e agora foi denunciado por lavagem de dinheiro por meio da ocultação de bens. Sua mulher, Edilaira Soares e seu irmão, Leon Vargas, também são citados no procedimento. As informações são da Folha de Londrina.

No documento encaminhado à 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, os procuradores reforçam que, “com o objetivo de lavar parte do dinheiro gerado pelos seus crimes e não despertar a atenção das autoridades, o denunciado André Vargas adquiriu um imóvel de luxo em Londrina pelo seu valor de mercado (valor real), contudo registrou no contrato, na escritura pública e na declaração de imposto de renda um valor (nominal) bastante inferior ao preço real de aquisição, pagando a diferença informalmente (‘por fora’, por ‘debaixo do pano da mesa’). Para isto, contou com a ajuda do irmão, Leon (que negociou o valor com a imobiliária), e sua companheira Edilaira (que emprestou seu nome para a aquisição do bem)”.

Em maio de 2011, conforme a denúncia, Edilaira assinou compromisso de compra do imóvel no valor de R$ 500 mil (uma entrada de R$ 20 mil seguida de uma parcela de pouco mais de R$ 303,5 mil e um financiamento dos R$ 176,5 mil restantes). No entanto, o vendedor do bem afirmou que o imóvel foi vendido, na realidade, por R$ 980 mil. Ou seja, ocultaram o valor de R$ 480 mil. O imóvel fica localizado na Rua das Bromélias, quadra 6, Lote 11, no bairro Alphaville Jacarandá.

De acordo com o MPF, “há fortes indícios de que o dinheiro utilizado no pagamento da mencionada diferença foi proveniente dos crimes praticados em face da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Ministério da Saúde (MS)”. Ou seja, a “manobra” adotada pelo trio foi realizada para lavar parte do dinheiro gerado pelos crimes já denunciados à Justiça e que são relacionados ao esquema que envolvia contratos de publicidade entre a Borghi Lowe e dois órgãos públicos.

A Borghi Lowe selecionava produtoras que eram então subcontratadas pelos órgãos e, como intermediária, recebia cerca de 10% dos valores pagos às subcontratadas, prática conhecida no mercado como “bônus de volume”. De acordo com a orientação do publicitário Ricardo Hoffmann, ex-diretor da Borgui Lowe, os bônus eram depositados nas contas das empresas Limiar Consultoria e Assessoria e LSI Soluções em Serviços Empresariais, empresas de fachada controladas por Vargas e seus irmãos, Leon e Milton Vargas.

Os procuradores ainda pedem na denúncia a condenação dos três envolvidos e também um valor mínimo para reparação dos danos causados de R$ 480 mil.

A advogada de André Vargas, Nicole Trauczynski, informou que ainda não teve acesso ao conteúdo completo da denúncia e que por isso não poderia se manifestar mais profundamente sobre a questão. Entretanto, fez questão de frisar que a acusação contra o seu cliente “vai se mostrar improcedente no decorrer do processo”. Já o advogado de Leon Vargas, Alexandre Loper, ressaltou que ainda está tomando ciência dos fatos e que não iria se manifestar no momento.

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