por Daiene Cardoso | Estadão Conteúdo*Foto: Divulgação
Em depoimento à CPI da Petrobras, o ex-integrante do Comitê de Auditoria da estatal Mauro Cunha disse nesta terça-feira (28) não ter condições de dizer se haveria mais pessoas envolvidas nos atos de corrupção na companhia, mas admitiu que os canais de controle da empresa não funcionaram adequadamente. Segundo ele, a ouvidoria da Petrobras - que hoje passa por reformulação - não chegou a receber nenhuma denúncia antes da Operação Lava Jato porque funcionários não teriam "tranquilidade para fazer denúncia". Membro do Conselho de Administração da Petrobras até amanhã (ele decidiu não concorrer a novo mandato), Cunha afirmou que não poderia dizer se o colegiado teve conhecimento prévio dos atos descobertos pela Polícia Federal. Ele criticou o domínio do acionista controlador na estatal (o governo) e a falta de liberdade do conselho em fazer a escolha da diretoria, como ocorreu com a escolha do novo presidente, Aldemir Bendine. O conselheiro também apontou a política de preços dos combustíveis como uma das responsáveis pela crise financeira da empresa. Cunha disse que não aprovou o último balanço da empresa porque foram entregues dezenas de páginas e que não pode avaliar os dados com profundidade de forma "intempestiva". O lançamento dos dados de prejuízo com corrupção, na avaliação dele, foi "inoportuno e adequado". Para ele, tal lançamento foi colocado para ser utilizado como base para cálculo de ressarcimento e acordos de leniência e, eventual fraude, deveria ser lançada no momento da comprovação e não agora. "O prejuízo à Petrobras não é 3% dos valores dos contratos", estimou. BN
Nenhum comentário:
Postar um comentário