Joaquim Levy queria ter apresentado nesta sexta-feira um pacote de cortes mais profundo nas desonerações de folha de pagamento para acalmar o mercado e conter o risco de rebaixamento da nota de crédito do Brasil. O titular da Fazenda defendia extinguir o benefício de setores inteiros da economia e mantê-lo apenas para indústria e construção civil. Dilma Rousseff decidiu pelo corte gradual, mas vigoroso. O objetivo é assegurar que não haverá recuo na meta de economia de 1,2% do PIB. do Painel, Folha de S. Paulo:
Despertador 1 Os argumentos da Fazenda se fortaleceram dentro do governo após o rebaixamento do rating da Petrobras e o risco de contágio da nota do Brasil.
Despertador 2 O anúncio das medidas de quinta e sexta-feiras foi antecipado.
Isolamento Levy tenta dar o recado de que o governo não será arrastado pelos erros da estatal e que terá a autonomia para cortar despesas desnecessárias.
Flancos O corte amplo, geral e quase irrestrito às desonerações, barrado por Dilma, não contava com a simpatia da Casa Civil e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Espera O tamanho dos próximos ajustes anunciados pela Fazenda dependerá da votação das primeiras medidas de ajuste no Congresso e da intensidade do freio necessário na economia para rearranjar as contas públicas.
Fermentação O diagnóstico da equipe econômica de que seria preciso mexer nas desonerações concedidas a granel no primeiro mandato era anterior à posse de Dilma.
Pra valer O anúncio dos novos cortes não é um bode na sala para pressionar o Congresso a aprovar as medidas trabalhistas, tributárias e previdenciárias que estão lá.
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