do BOL, em São Paulo/Arquivo pessoal
Wilson Luís Ramos foi o primeiro padre negro da igreja matriz de Adamantina, interior de São Paulo
O padre Wilson Luís Ramos, que foi transferido da matriz da paróquia de Adamantina após ter sido vítima de racismo por parte de alguns fiéis, está morando de favor na casa de outro padre da cidade. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A mãe de Ramos, que foi o primeiro padre negro a ser nomeado para a igreja da cidade, também se mudou e está hospedada na casa de um morador da região. "Ela acabou de deixar as roupas na minha casa. Eles não tinham para onde ir", afirmou o homem à Folha. Ele prefere não ser identificado.
Em Adamantina, cidade que fica a 578 km da capital paulista, a casa paroquial foi esvaziada nesta terça-feira (9), mas a futura casa de Ramos, em Dracena, 634 km de São Paulo, ainda está ocupada. Somente no dia 28 de dezembro é que o padre e sua mãe poderão ir para o novo local.
O padre teve que deixar a casa paroquial de Adamantina após manifestantes terem invadido uma missa de crisma na igreja Santo Antônio de Pádua, no domingo (7), para protestar contra o bispo dom Luiz Antonio Cipolini, responsável pela saída de Ramos do município.
Entenda o caso
Há dois anos nomeado como pároco na igreja matriz de Adamantina, Wilson Luís Ramos conta que, desde então, precisa lidar com o preconceito que vem de alguns fiéis.
Em entrevista à Folha, Ramos disse: "um dia, ouvi uma mulher dizer que deveriam tirar o galo de bronze [que fica em cima da igreja] e colocar um urubu".
Os fiéis que defendem a saída do padre da cidade declaram que um dos motivos para a opinião é o atraso para terminar a missa. As reclamações foram enviadas ao bispo dom Luiz Antonio Cipolini, da Diocese de Marília. Depois de consultas populares, Cipolini decidiu transferir o padre, em razão da "divisão" da comunidade sobre o assunto. (Com informações da Folha de S.Paulo)
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