Rayder Bragon*Do UOL, em Belo Horizonte*Junior Lago/UOL
Casa Pelé fica na rua Edson Arantes do Nascimento, número 1.000, na região central de Três Corações
A PF (Polícia Federal) indiciou 57 pessoas por desvio de dinheiro público, entre os anos de 2009 a 2012, que teriam atuado na administração municipal de Três Corações (300 km de Belo Horizonte). A construção no município de réplica da casa onde nasceu Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, é apontada como uma das obras em que houve desvios. O esquema pode ultrapassar os R$ 100 milhões.
Conforme a PF, o grupo, formado por políticos, servidores públicos, comerciantes, empresários e profissionais liberais (os nomes não foram divulgados), "se infiltrou nos postos de comando da administração municipal de Três Corações com objetivo da manutenção do poder e do locupletamento ilícito". A PF informou que a organização era articulada, estável e com divisão de tarefas.
Os suspeitos foram investigados na operação Metástase 57, deflagrada em dezembro do ano passado. Na ocasião, os agentes federais cumpriram mandados de prisão, condução coercitiva e de busca e apreensão nas cidades de Três Corações, Varginha, Campanha, Três Pontas, Lavras, Belo Horizonte, todas em Minas Gerais, Ribeirão Preto e Franca, em São Paulo, e em Brasília.
A investigação, iniciada em 2012 e que investigou 12 áreas de serviços públicos da prefeitura, apontou que as pessoas acusadas de envolvimento no esquema fraudou licitações, direcionando-as aos participantes que teriam agido em conluio e ainda combinado preços. Elas teriam praticado sobrepreço de produtos e serviços, e até deixado de executar os serviços contratados.
A PF ainda revelou que algumas empresas acusadas das fraudes e que mantinham contratos com a administração local tinham como administradores servidores da própria prefeitura, o que é proibido por lei.
O inquérito, com ao menos 3.000 páginas, foi encaminhado nesta quarta-feira (10) à Justiça Estadual de Três Corações.
Os suspeitos foram indiciados pelos crimes de fraude à licitação, associação criminosa, falsidade ideológica, peculato, corrupção passiva e falso testemunho.
O UOL entrou em contato com a assessoria da Prefeitura de Três Corações que informou que não iria comentar o assunto.
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