O brasileiro não consegue mais viver sem estar conectado. Uma pesquisa mostra que a grande maioria acha que celular com internet é indispensável. A mesma pesquisa revela que, para pagar a conta do celular, muita gente acaba se endividando. O percentual de falta de pagamento no setor de telecomunicações é três vezes maior do que a média geral de inadimplência. As operadoras começam a cortar a conexão de quem excede o limite de tempo contratado. Pensa em alguém que vive grudado no celular, da hora que acorda até a hora que vai dormir. Ela é diarista, mas o serviço não rende, e acaba ficando até tarde, porque se distrai toda hora com as mensagens. “Mando mensagem para minha família, que mora fora, para as minhas filhas, que moram aqui. Inclusive a gente às vezes está na mesma casa e não sobe para conversar, é tudo por mensagem”, conta Marisete Souza. Uma pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito, feita em todas as capitais brasileiras, mostra que o gasto médio mensal com o telefone móvel foi de R$ 104. E a variação, da classe A à classe E, foi bem pequena.
As prioridades dos brasileiros estão mudando. A pesquisa perguntou com que as pessoas mais gastaram esse ano, sem contar as despesas fixas. 51% compraram roupas e 34% gastaram com celular. Ele já considerado uma necessidade para 87% dos entrevistados.
“Tudo que você precisa no celular que tenha internet, você consegue”, diz a auxiliar administrativa Marta Silva.
Bom Dia Brasil: Você acha que você conseguiria ficar sem?
Nayra Rezende, auxiliar de design: Conseguir, eu conseguiria, mas eu tinha que ter muitas pessoas ao meu redor, conversar bastante com alguém.
“Digamos que é meu passatempo e meu profissional, é tudo direcionado no celular, hoje em dia”, afirma o técnico de projeção Vinícius Pereira.
O Vinícius deixou de ir a festas e de comprar roupas para ter um celular mais completo. Mas não é todo mundo que consegue controlar os gastos.
“Interessante notar que a inadimplência no Brasil como um todo, cresceu 3,5% em novembro, na comparação anual. Quando a gente olha somente o segmento de telecomunicações, o crescimento foi de 14,6%. E claro que os gastos com celular e internet, têm uma participação importante nisso”, analisa a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
E as operadoras estão anunciando mudanças nos planos. Por enquanto, quando o consumidor estoura o tempo contratado, a internet fica mais devagar. “Daí a gente trabalha como vai dando. Vai lento mesmo, mas não pode ficar sem”, conta o analista de informática Wellington Fortes.
Mas as operadoras de celular vão suspender a internet, quando chegar ao limite contratado. Elas podem mudar o plano mas, pela lei, têm que avisar o consumidor com pelo menos um mês de antecedência.
Algumas operadoras já implantaram essa mudança em algumas regiões do país.
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