AE - A Executiva estadual do PT se reunirá hoje para concluir o processo de expulsão do deputado estadual Luiz Moura do partido. Suspenso há 60 dias, ele é alvo de suspeitas, por parte do Ministério Público Estadual, de fazer parte de um esquema de empresas para lavar dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Na reunião, Moura poderá novamente se defender diante dos colegas de partido. A decisão da Executiva ainda terá de ser votada pelo diretório, em reunião marcada para amanhã. “O PT deu ampla chance de defesa para ele (Moura). Ele vai ter mais uma chance nesta quinta”, disse ontem o presidente do diretório estadual do partido, Emídio de Souza.
Entretanto, ontem, o nome de Moura já não aparecia na lista dos integrantes do partido na Assembleia Legislativa no site do diretório. A assessoria de imprensa do PT informou que não tinha informações sobre a ausência - é a única falta na bancada de 22 membros.
Candidatura. Também ontem, o Tribunal de Justiça publicou decisão em que resolve arquivar agravo de instrumento proposto pelo PT contra a candidatura do deputado. Por força de uma decisão liminar, Moura conseguiu que a Justiça Eleitoral recebesse sua candidatura.
Moura foi suspenso do partido no último dia 2, depois da divulgação de que ele foi flagrado pela Polícia Civil, em março, em uma reunião de donos de lotações da zona leste de São Paulo. No encontro estavam 16 suspeitos de integrar o PCC.
O partido suspendeu o deputado por 60 dias, o que serviu para cancelar sua candidatura à reeleição, já que não haveria tempo para ele buscar legenda.
Ao recorrer à Justiça, Moura conseguiu suspender a convenção do PT que consagrou Alexandre Padilha candidato do partido ao governo do Estado. Aí foi a vez de o PT ter de garantir a candidatura de Padilha diante do Judiciário. No último dia 10, o partido conseguiu manter válida a convenção - mas Moura também obteve decisão que o mantinha candidato.
O advogado do deputado, João de Oliveira, contesta, de antemão, a lisura do processo do partido do qual o deputado é alvo. “Não dá para ser julgado por um conselho de ética que já sabemos qual vai ser a decisão”, diz. “O estatuto do partido prevê que (o processo) não seja arbitrário, truculento. Para ser expulso, o ato infracional tem de estar previso no estatuto”, afirma Oliveira, que não vê provas de ligação do deputado com o crime organizado.
O vereador Vavá dos Transportes (PT) disse ontem que não tem nenhuma ligação com perueiros nem faz parte da “bancada dos transportes”.
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