As passagens de Getúlio Vargas pelo poder foram marcadas por um intenso uso político do rádio. Ao mesmo tempo em que dava grande estímulo (político e econômico) ao veículo, também comandava a censura e perseguia jornalistas e intelectuais. Sua identificação com o meio foi tão grande que, por muitas décadas, os oradores nos comícios trabalhistas continuavam a tremer a voz para imitar a forma como chegava a palavra do Pai dos Pobres através das precárias ondas médias e curtas de sua época: "Tra-ba-lha-do-res-do-Bra-sil..." Esse homem inexpugnável, capaz de planejar a própria morte para obter uma espetacular ressurreição política, certamente tinha consciência de que puxava o gatilho para que o tiro ecoasse em cada longínquo recanto do país ainda naquela madrugada... A carta-testamento, uma das mais belas peças de retórica política produzida em nossa língua, é absolutamente radiofônica.
Foi escrita para ser lançada ao éter pelos locutores, impregnada de oralidade e emoção. A população soube da morte de Vargas no dia 24 de agosto de 1954, por meio do rádio. Os jornais matutinos ainda traziam informações do pedido de licença do presidente, e a televisão era um artigo caro. Por sua capacidade de informar com rapidez, o rádio teve papel decisivo na crise política que teve como desfecho o suicídio de Getúlio. Cinqüenta anos depois, o ouvido atento de uma pesquisadora sintonizou com enorme precisão os ecos daquele acontecimento. A jornalista Ana Baum foi por sua vez ao microfone, e auxiliada pelas facilidades que as telecomunicações têm agora, conseguiu chegar quase em tempo real, a partir do mesmo Rio de Janeiro do Palácio do Catete, a muitos dos lugares onde foi ouvido o disparo que matou o Presidente da República em 1954. Sua pergunta para a História - qual o protagonismo do rádio no dia do suicídio? - foi amplificada por uma competente e sempre animada rede de pesquisadores, apaixonados pelo meio como foi Getúlio, e os resultados estão no livro "Vargas, agosto de 54, a história contada pelas ondas do rádio". Este livro investiga como foi a cobertura radiofônica da crise político-militar que atingiu o Brasil na primeira metade da década de 1950. Seu objetivo é refletir sobre o papel social do rádio num período em que o veículo tinha a hegemonia entre os meios de comunicação, contribuindo assim para a história da cultura brasileira e, evidentemente, e para a própria história do país.
Foi escrita para ser lançada ao éter pelos locutores, impregnada de oralidade e emoção. A população soube da morte de Vargas no dia 24 de agosto de 1954, por meio do rádio. Os jornais matutinos ainda traziam informações do pedido de licença do presidente, e a televisão era um artigo caro. Por sua capacidade de informar com rapidez, o rádio teve papel decisivo na crise política que teve como desfecho o suicídio de Getúlio. Cinqüenta anos depois, o ouvido atento de uma pesquisadora sintonizou com enorme precisão os ecos daquele acontecimento. A jornalista Ana Baum foi por sua vez ao microfone, e auxiliada pelas facilidades que as telecomunicações têm agora, conseguiu chegar quase em tempo real, a partir do mesmo Rio de Janeiro do Palácio do Catete, a muitos dos lugares onde foi ouvido o disparo que matou o Presidente da República em 1954. Sua pergunta para a História - qual o protagonismo do rádio no dia do suicídio? - foi amplificada por uma competente e sempre animada rede de pesquisadores, apaixonados pelo meio como foi Getúlio, e os resultados estão no livro "Vargas, agosto de 54, a história contada pelas ondas do rádio". Este livro investiga como foi a cobertura radiofônica da crise político-militar que atingiu o Brasil na primeira metade da década de 1950. Seu objetivo é refletir sobre o papel social do rádio num período em que o veículo tinha a hegemonia entre os meios de comunicação, contribuindo assim para a história da cultura brasileira e, evidentemente, e para a própria história do país.
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