Dia Mundial sem Tabaco: vício é mais oneroso para governo do que outras dependências

O tabagismo é responsável por 6 milhões de mortes no mundo por ano, 200 mil só no Brasil. Para o combate ao vício, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu o dia 31 de maio como o Dia Mundial Sem Tabaco. Neste aspecto, Salvador apresenta um número um pouco animador: apenas 9% da sua população é fumante, o que a coloca como segunda capital brasileira com o menor índice – fica atrás apenas de Maceió, com 8%. De acordo com a técnica do Programa Municipal de Controle do Tabagismo (PMCT), Lucia Monteiro, o vício na substância é o mais oneroso entre as dependências por causa das doenças que desenvolve. “O seu uso leva a uma série de complicações neurológicas e cardiovasculares. A nicotina promove uma placa de ateroma que propicia AVC, infarto, úlcera arterial, parto prematuro e até aborto. É uma sobrevida limitada e que atinge não só os dependentes como as pessoas que convivem com eles”, explicou em entrevista ao Bahia Notícias. 

Organização Mundial de Saúde definiu o dia 31 de maio como dia Mundial Sem Tabaco

Mas, para ela, o programa feito em Salvador teve impacto no baixo índice de fumantes da cidade. O PMCT foi implantado em 2006 pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e já atendeu aproximadamente 3,8 mil pacientes, dos quais 40% pararam de fumar. Para Monteiro, o número é razoável, mas a secretaria espera aumentar o atendimento. “Nós temos 18 unidades em Salvador, mas a nossa meta é aumentar esse número para que haja, ao menos, uma unidade do programa em cada distrito sanitário do município”, contou. A técnica explicou que qualquer pessoa interessada em deixar o vício pode se cadastrar no PMCT, mas que o primeiro passo é querer parar. “A nicotina desenvolve uma dependência a nível cerebral, é considerada uma doença mesmo. Se a pessoa não quiser muito, ela não consegue, e nós não podemos ajudar”, contou. Segundo ela, não há formas de prevenir o problema diretamente, mas as ações da SMS têm buscado atingir as crianças. “Quando os filhos são conscientizados, eles pedem que os pais parem de fumar. É mais um incentivo”, informou. por Rebeca Menezes