A Polícia Civil de Pernambuco deflagrou ontem a Operação Ponto Final 2 para o cumprimento de mandados de prisão contra cinco vereadores de Caruaru acusados de cobrança de propina para votar matérias na Casa. Essa é a terceira vez que legisladores da cidade são presos por suposto envolvimento com casos de improbidade em 40 dias. A primeira foi em 18 de dezembro do ano passado, quando dez vereadores foram presos.
Os mandados de prisão foram emitidos pelo juiz da 4ª Vara Criminal do município, Pierre Souto Maior. Ele também expediu seis mandados de busca e apreensão. Até o fechamento desta edição, foram presos Val das Rendeiras (Pros) e Evandro Silva (PMDB). Os outros acusados, Neto (PMN), Jadiel Nascimento (Pros) e Val (DEM), ainda não haviam sido localizados e eram considerados foragidos pela Justiça.
A operação envolveu 50 policiais civis, delegados e agentes. Segundo as investigações, os cinco vereadores são suspeitos de terem cometido crimes de corrupção, corrupção passiva e organização criminosa. O delegado Erik Lessa, responsável pelo caso, disse que os vereadores teriam recebido vantagens financeiras para garantir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal, no ano passado.
A instalação da CPI da CGU (Controladoria Geral da União) ocorreu por meio de decisão judicial, após ter sido recusada na Casa. A polícia afirma que Val das Rendeiras e Jadiel, que integram a base governista, teriam recebido propina para votar a favor da investigação contra a prefeitura. A acusação contra o Executivo era de mau uso de R$ 17 milhões em recursos do Fundeb. Os dois vereadores teriam recebido dinheiro da oposição.
Na época da votação eram necessários oito votos para a criação da CPI e a oposição tinha apenas seis. A votação ocorreu, mas a comissão não foi criada porque o presidente da Casa, Leonardo Chaves (PSD), disse que seriam necessários dois terços dos votos da casa, o que daria 16 votos dos 24 possíveis. A votação terminou com 9 votos a favor e 12 contra. Os vereadores da oposição recorreram à Justiça e instalaram a comissão.
O delegado Erick Lessa evitou se estender nos esclarecimentos e se deteve a dizer que os novos indícios são fruto do que foi colhido na fase inicial da investigação. “No momento da prisão, afirmamos que as investigações iriam prosseguir. Esse é um novo inquérito, que foi desencadeado após a Operação Ponto Final, e visa apurar um requerimento de instalação de uma CPI do relatório da CGU. A princípio, foram expedidos cinco mandados de prisão e seis de busca e apreensão e nós estamos em diligência ainda. Já cumprimos duas prisões e os outros três mandados ainda estão em andamento para tentarem ser efetuadas as prisões”, disse Lessa. A Polícia Civil agendou para hoje uma coletiva para apresentar detalhes da Operação Ponto Final 2, a partir de 8h, na sede da Delegacia Regional.
18 de dezembro
Dez vereadores foram presos na Operação Ponto Final, sob suspeita de participação em um esquema de corrupção que envolve a cobrança de suborno para aprovação de projetos do Poder Executivo na Câmara. Uma semana depois, todos conseguiram liberdade provisória. Os envolvidos são: Louro do Juá (Solidariedade), Eduardo Cantarelli (Solidariedade), Cecílio Pedro (PTB), Sivaldo Oliveira (PP), Jadiel Nascimento (Pros), Evandro Silva (PMDB), Neto (PMN), Val (DEM), Jajá (sem partido) e Val das Rendeiras (Pros)
10 de janeiro
O vereador Evandro Silva (PMDB) foi preso novamente, desta vez sob alegação de que estava ameaçando testemunhas. Neto, do PMN, também teve a prisão decretada pelo mesmo motivo, mas ficou foragido até seu advogado obter um habeas corpus quatro dias depois. Silva foi solto no dia 13.
29 de janeiro
Por determinação do juiz Pierre Souto Maior, foi decretada a prisão de cinco vereadores: Evandro Silva (PMDB), Val das Rendeiras (Pros), Val (DEM), Neto (PMN) e Pastor Jadiel (Pros). Eles estariam envolvidos em um esquema de manipulação de votação para abertura ou não de CPI na Câmara Municipal. http://www.diariodepernambuco.com.br
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