Para alertar os homens sobre o câncer de próstata e outras doenças que os acometem, começa amanhã o Novembro Azul, inspirado no Outubro Rosa, campanha de combate ao câncer de mama nas mulheres. Nos EUA e em diversos países da Ásia, Oceania e Europa existe também o Movember, mistura de “moustache” (bigode em inglês) com “november”, movimento que coleta doações para instituições e que pede, de maneira bem humorada, que você, homem, raspe seu bigode nesta sexta-feira e o cultive até o final do mês como forma de apoio à causa - vale tudo pela conscientização.
“O homem é mais displicente com sua saúde. Vai menos ao consultório, demora mais para retornar quando pede exame, se passamos um remédio ele luta para não tomar. São poucos os que aderem rapidamente ao tratamento. Se ele tem um derrame ou um enfarte, faz tudo direitinho. Ele precisa de um susto, mas o médico é eficaz antes do susto. Nosso papel é o de um vendedor de seguro de vida, temos que convencer a pessoa”, diz Carlos Alberto Machado, diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Trata-se de uma descrição alarmante quando observados os números fornecidos pelo Ministério da Saúde. Das 665.551 mortes masculinas – contra 504.415 óbitos femininos – em 2011, 175 mil ou 26% foram causadas por doenças do aparelho circulatório, seguido de causas externas – crimes e acidentes de trânsito, por exemplo – (119 mil mortes), neoplasias – câncer e tumores – (98 mil mortes) e doenças do aparelho respiratório (66 mil mortes).
Um levantamento da Vigitel de 2011 revelou que uma das principais causas para tantas mortes em decorrência de doenças cardiovasculares entre os homens é a alimentação. Eles ingerem carne com gordura com mais frequência que elas (45,9% x 24,9%), tomam mais refrigerantes (34,3% x 25,9%) e comem menos frutas e hortaliças (25,6% x 35,4%). Não contente, a ala masculina também fuma mais (18% x 12%) que a feminina.
No ano anterior, a SBC registrou 320.074 vítimas fatais de doenças cardiovasculares como infartos, derrames, hipertensivas, entre outras, das quais 52,43% (57.534 mortes) são homens, contra 41.211 óbitos entre as mulheres. “Cardiologia é eficiente fazendo a prevenção, de cada 100 pessoas que tem infarto, 20 morrem no primeiro evento, não podemos fazer nada por essas 20. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o principal fator de risco é a hipertensão, depois vem o sedentarismo, tabagismo, diabetes, obesidade e o colesterol. Quanto mais precoce for o diagnóstico desses fatores de risco, melhor para o homem”, afirma Machado.
Embora exista uma crescente preocupação da SBC de que a mulher está dando passos para alcançar e até mesmo passar o homem no número de vítimas de doenças cardiovasculares, atualmente este não é o cenário. “A mulher ainda morre menos, se cuida mais. São elas quem geralmente marcam as consultas deles”, reforça o cardiologista. E em termos de expectativa de vida, nova “derrota” masculina. O brasileiro espera viver até os 70,6 anos, ao passo que elas chegam, em média, aos 77,7 anos de vida, de acordo com dados de 2012 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Fonte: Com informações do IG
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