Na mesma medida em que a falta de aproveitamento dos dias úteis na Câmara Federal torna a rotina do parlamento improdutiva, o tempo livre que sobra aos deputados facilita um fenômeno comum entre os congressistas: a dupla jornada. Reportagem do jornal Correio Braziliense, apesar de, oficialmente, a Casa justificar que há atividades políticas a serem feitas nos outros dias da semana em que não há sessões, muitos parlamentares aproveitam para exercer outras profissões remuneradas. A atuação extra não é proibida, mas está na mira do Tribunal de Contas da União (TCU), que observa casos de conflito de interesses. Especialistas divergem sobre a necessidade de uma dedicação política exclusiva. Um levantamento feito pela Secretaria-Geral da Câmara mostra que apenas dois dos 513 deputados no exercício do mandato declaram ter como profissão exclusiva a política. Seis citam “político” como uma de suas ocupações. Os outros 511 parlamentares preencheram o campo destinado à categoria com atividades como advogado, médico, empresário ou produtor rural. Não há dados finais sobre quantos deles de fato exercem as ocupações simultaneamente à de congressistas, mas os próprios deputados afirmam que a maioria tem outro trabalho.BN
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