O nível de endividamento das famílias com os bancos avançou pelo sétimo mês consecutivo em julho deste ano e atingiu o patamar recorde de 45,1%, segundo informações do Banco Central nesta sexta-feira (27). Em doze meses até junho, estava em 44,89%. Neste ano, o endividamento cresceu 1,69 ponto percentual, visto que estava em 43,41% no fechamento de 2012.
Segundo economistas, a elevação do endividamento das famílias está relacionada com o fraco crescimento da economia brasileira, que gera expansão menor da renda; com o aumento da inflação, que ao corroer o poder de compra da população impulsiona a busca por novos empréstimos; e, também, com a procura pelo crédito imobiliário.
O endividamento das famílias vem registrando alta desde o início da série histórica da autoridade monetária, em janeiro de 2005. Naquela época, estava em um patamar bem menor: 18,39%. Em fevereiro de 2007, atingiu a marca de 25% e, no início de 2008, superou a barreira dos 30%. A marca dos 40% foi registrada no começo de 2011.
"O endividamento das famílias tem acompanhado o aumento do patamar do crédito frente ao PIB. É fundamental frisar que este crescimento ocorre em bases bastante seguras, sustentáveis em termos do sistema financeiro. Em termos das famílias, o comprometimento de renda mostra um aspecto interessante. Ele aumentou em um primeiro momento, mas já há alguns meses mostra relativa estabilidade", avaliou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.
Endividamento tem pequena queda sem crédito imobiliário
Os dados do BC mostram que, excluindo o crédito imobiliário, o endividamento das famílias registrou pequena queda. Em doze meses até julho, somou 30,42% – contra 30,49% no ano encerrado em junho. Entre maio de 2011 e setembro de 2012, este indicador operou acima de 31%. O patamar atual, porém, está bem acima do registrado no início da série histórica, em 2005, quando somava 15,2%.
"A expansão do crédito tem sido concentrada no crédito para investimento, seja pessoa jurídica, seja de famílias, que é o crédito imobiliário. Não por outra razão, quando a gente olha os indicadores de endividamento, têm subido moderadamente. O comprometimento de renda mostra-se relativamente estável. Quando olha o comprometimento de renda, excluindo as obrigações para crédito imobiliário, mostra recuo nos últimos meses. É um crédito concentrado na parte de investimentos", declarou Maciel, do BC.
Comprometimento da renda recua
Os números da autoridade monetária também revelam que o comprometimento mensal da renda das famílias com pagamento de empréstimos para instituições financeiras registrou pequena queda no mês de julho, para 21,50%, contra 21,58% em junho deste ano. Em 2005, este indicador estava em 15,61%, atingindo a barreira dos 20% em junho de 2011.G1
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