Por Humberto Pinho
da Silva
Na
segunda metade do século. XX, para se avaliar a força da publicidade invisível,
realizou-se, na cidade de Nova Jersey nos Estados Unidos, curiosa experiência:
Foi
colocado, em sobreposição, por segundos, no filme, que estava a ser projectado
num cinema, publicidade à Coca-Cola e a Pop corn.
Verificou-se
que no intervalo, o bar da sala de espectáculo, foi invadido por pessoas ávidas
de refrescarem-se com a bebida indicada, acompanhando-a com pop. corn.
Diariamente
somos bombardeados pela publicidade; e ainda que muitos pensem o contrário, ela
influi nas nossas escolhas e gostos
Poucos
conseguem pareceres, fruto de aturadas meditações. A maioria, exprime os
conceitos do seu jornal ou da emissora de rádio ou TV, que habitualmente
escuta.
O
homem-massa não tem ideias nem opiniões; só imite pareceres, após ler o
articulista preferido, ou depois de ter consultado, o líder do partido
político, em que se filiou ou que simpatiza. Mesmo assim receia, em regra,
tomar posição. Prefere dizer: “ ouvi”, “dizem”, “ é o que consta” ou afirma
categoricamente: “ li no jornal”.
Os
fazedores de opinião conhecem a fragilidade das massas e agem habilidosamente
para influenciarem a opinião pública.
Esta
que é acéfala, sempre pensa por cabeça alheia: pelo que está na moda.
E a
moda, é ditada pela mass-media, que, conscientemente, vai “envenenando” a
população, no intuito de aceitar o que meses ou anos atrás, reprovava.
A
novela televisiva não serve apenas para entreter o nosso serão; o enredo é
escrito, em geral, para alterar o pensar da sociedade.
A
telenovela e o cinema, há muito deixaram de ser o espelho da vida quotidiana;
transformaram-se em armas poderosas, que conseguem mudar opiniões e inculcar
nova-moral e novos valores.
Assim
como a “mentira”, tantas vezes “ martelada” no subconsciente, chega a parecer “
verdade”, também: conceitos, modas, vocabulário, atitudes e posturas,
apresentadas na TV, conseguem que se aceite, o que antes indignava.
Os
políticos e os publicitários conhecem esse extraordinário poder. Por isso, ao
fazer-se referendo, por exemplo, sobre: o aborto, prepara-se a população para
que tenha o parecer que lhes interessa.
Falo
do aborto, mas podia falar de: homossexualidade, relações sexuais entre
colegiais, e até ideologias políticas e religiosas.
Após
a emissão de telenovela, que abordava a religião muçulmana, houve uma série de
conversões ao islamismo, em território brasileiro.
Os
observadores, mais atentos, avisam, que há meios de comunicação, a transmitirem
programas e opiniões de figuras públicas, no propósito de incutirem novos modos
de pensar, e abalarem convicções e valores há muito enraizados na população.
Não
é de estranhar, que grupos económicos, partidos políticos e até grupos
religiosos, estejam interessados em adquirirem: jornais, rádios e canais de
televisão, para assim poderem facilmente manipularem a opinião pública.
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