O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou o cronograma para a auditoria do restante das urnas eletrônicas (46% ainda não verificadas) usadas nas eleições presidenciais de 14 de abril. O processo começará no dia 6 de maio e deve durar um mês. O conselho reforçou, na noite de ontem (27) , que a auditoria não alterará o resultado eleitoral e negou que tenha havido fraude no processo, como acusa a oposição no país.
Na terça-feira (30), será feito um sorteio para selecionar amostras das caixas que guardam os comprovantes de votos. Nos dias seguintes, os fiscais serão credenciados para o processo, que ocorrerá em três ciclos de dez dias. O cronograma foi anunciado em cadeia nacional de Rádio e Televisão, pela presidenta do CNE, Tibisay Lucena. Ela rejeitou as acusações de fraude apresentadas pela oposição, liderada pelo candidato presidencial derrotado e o governador de Miranda, Henrique Capriles.
Ela também repetiu que o processo de verificação não mudará o resultado das eleições. O CNE aceitou executar a auditoria em 100 % das urnas na véspera da posse de Maduro, em 19 de abril, depois de uma série de protestos da oposição que segundo o governo deixaram dez mortos e 78 feridos no país.
A oposição pede uma auditoria diferente da que será feita, solicitando inclusive que os cadernos de votação, com o nome dos eleitores que compareceram às sessões sejam verificados. O CNE, no entanto, nega que seja possível fazer tal procedimento. “Dias depois de termos aprovado a ampliação, integrantes da equipe de Capriles apresentaram um documento diferente do primeiro [de 17 de abril], em que solicitavam revisões impraticáveis ou que já haviam sido feitas por eles mesmos, como a verificação dos registros eleitorais e a produção dos cadernos de votação. Isso está nas atas de todos os processos”, detalhou Lucena.
Ela falou também que a fase 2 da verificação cidadã servirá para comprovar as informações nos comprovantes dos votos (impressos após o voto na urna eletrônica) e a ata emitida pela máquina (urna) são fiéis aos resultados. “O procedimento, por nenhum motivo, afeta o resultado e também não se trata de uma nova contagem”, afirmou.
Segundo o CNE, 24 auditores vão trabalhar no processo, além de 60 assistentes externos e 60 assistentes designados pelo conselho. Também serão escolhidos seis coordenadores externos, 12 do poder eleitoral e 30 técnicos de organizações políticas.
O candidato opositor derrotado, Henrique Capriles, falou esta semana que pedirá a impugnação do resultado eleitoral. Capriles alega ter registrado mais de 3,5 mil irregularidades durante a votação. Capriles ainda não se pronunciou depois do anúncio do CNE, na noite de ontem.
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