O adolescente H.A.M., 17, menor de idade para a lei brasileira, que a organizada Gaviões da Fiel apresentará nesta segunda-feira como a pessoa que acionou o sinalizador que matou o boliviano Kevin Beltrán, informação revelada hoje pela Folha, poderá, pela legislação boliviana, pegar até 25 anos de prisão. Advogados bolivianos consultados pela reportagem apontam que um indivíduo é considerado pela lei de seu país maior de idade assim que completa 16 anos. Na Bolívia, segundo os advogados, é considerado menor quem tem até 15 anos. Nesse cenário, ele cumpriria, no máximo, apenas cinco anos de prisão. Para ter efeito prático na situação dos 12 brasileiros detidos, o integrante da Gaviões teria de ser apresentado à Justiça boliviana e confessar a autoria do crime. Filiado à torcida uniformizada Gaviões da Fiel desde outubro de 2010, o adolescente H.A.M., 17, mora em Guarulhos. Ele vai contar nesta segunda-feira na Vara de Infância e Juventude de Guarulhos que disparou acidentalmente o sinalizador. Ele revelará também que embarcou em um dos quatro ônibus da caravana de organizadas para a Bolívia com seis sinalizadores --não está claro se todos navais, como o que atingiu Espada. Outro ponto que será abordado pelo garoto para tentar mostrar que o tiro foi acidental é que, logo depois de ter disparado, ele precisou deixar o local com medo de represália dos próprios corintianos. Pelo menos três deles, também membros de organizadas, alegaram quase terem sido atingidos pelo sinalizador. O argumento do advogado do menor, Ricardo Cabral, será de que a possibilidade de ter atingido pessoas próximas a ele mostra que não direcionava o sinalizador para a torcida adversária.
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