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terça-feira, 1 de janeiro de 2013

DILMA ABRE 2013 COM AS CARTAS NA MÃO. AINDA

247 – A presidente Dilma Rousseff tem as cartas na mão – e isso não é pouco para quem inicia seu terceiro ano de governo. Ao menos, ainda tem.

Permanecem sendo dela as iniciativas sobre a política econômica, as referências como figura pública ilibada e as sinceras lembranças do público como espécie de mãe da atual geração de brasileiros mais pobres, trabalhadores e de classe média. Os níveis de popularidade sempre à altura dos 70%, apurados ao longo do ano, mostram a presidente Dilma Rousseff muito mais como uma rocha do que como uma nuvem. Antes, não era assim. Dilma era vista como incipiente durante o início da campanha eleitoral de 2010. Hoje é considerada imbatível.

O principal indicador econômico de qualquer país, no entanto, está a desdenhar da fortaleza Dilma: a taxa de crescimento do PIB. O pibinho de 1% -- e olhe lá – estimado para 2012 tomou o espaço nas manchetes do "pibão bem grandão" que a presidente pediu aos empresários como presente para 2013. Se o desejo dela não vier a ser atendido, o decisivo 2014 poderá ganhar contornos ainda não delineados neste já alto verão que doura o País.

Dilma tem, assim, doze meses para mostrar que suas apostas em políticas anticíclicas são efetivamente vencedoras. Seu governo passará a ser julgado menos pelo postura, que passou a ser inatacável em razão da denominada faxina ética empreendida em 2011, mas pelos números.

Em seu discurso de fim de ano, pelo rádio, a presidente frisou o 1,77 milhão de empregos com carteira assinada criados este ano. Qualquer resultado abaixo dessa marca, num País em que os políticos e a mídia se tornam mais críticos e exigentes à medida em que mais distanciados ficam do poder, será chamado de coisa parecida como catastrófico.

Na política, a presidente já demonstrou, à exaustão, sua lealdade ao ex-presidente Lula. Está desenhado, contra os desejos dos mais céticos e fanáticos, um monolito político, formado pelos dois personagens. Todos os testes mais difíceis, ao que parecem, já foram efetuados, e a aliança não se dissolveu, bem ao contrário. Apostas de divisão estão em baixa nesta abertura de 2013. Quanto a chamada base aliada no Congresso, a própria Dilma pode-se perguntar: aliada de quem, cara pálida? Seja como for, que vivam as medidas provisórias – ferramentas que a presidente não parece ter a menor cerimônia em utilizar, como forma de fazer o governo andar.

Controlar otimismos exagerados, equalizar expectativas díspares e, sobretudo, comandar o País rumo ao crescimento são as missões de Dilma para 2013.

Ela vai conseguir?

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