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domingo, 30 de dezembro de 2012

SÓ NO BRASIL MESMO ! Parece mesmo o fim do mundo, mas Renan Calheiros preside de novo o Senado


Cândido José de Araújo Viana, o Marquês de Sapucaí, não é um mero homenageado com nome em uma rua do Rio de Janeiro, onde não por acaso está a Passarela do Samba, por onde desfilam as mais famosas escolas de samba do Brasil, no tradicional desfile de domingo e segunda-feira de carnaval, atraindo gente de várias partes do mundo, além de uma audiência enorme pela transmissão ao vivo pela televisão. O Marquês de Sapucaí foi um ilustre senador no tempo do Império, representando Minas Gerais no Senado Federal da 4ª à 15ª legislatura. Foram 'somente' dez mandatos consecutivos. Só por esse nome dá para se ver o quanto aquela Casa Legislativa era importante no contexto político do País. Ainda na área do samba, vemos que a Estação Primeira de Mangueira fica na Rua Visconde de Niterói, que foi outro senador, representante do Rio de Janeiro, da 14ª à 18ª legislatura, ou seja, por cinco mandatos seguidos. Isabel de Bragança e Bourbon também foi senadora da 14ª à 20ª legislatura (sete mandatos), e era simplesmente a Princesa Isabel;
Numa fase bem mais próxima de hoje encontramos nomes como os de Afonso Arinos de Melo Franco (Rio de Janeiro), Etelvino Lins de Albuquerque (Pernambuco), Daniel Krieger (Rio Grande do Sul), Getúlio Vargas (Rio Grande do Sul), Juscelino Kubitschek (Goiás), Otávio Mangabeira (Bahia) e outros tão ilustres como os citados. Mais recentemente, no entanto, temos que lamentar que o gabarito é muito diferente do daqueles tempos. Agora, nós temos Aloízio Mercadante (São Paulo), Blairo Maggi (Mato Grosso), Eduardo Matarazzo (São Paulo), Fernando Collor (Alagoas), Ideli Salvatti (Santa Catarina), Jáder Barbalho (Pará), além de outros nomes do mesmo gabarito ou pior, todos há vários anos sob o comando de José Sarney (Amapá), que se prepara para 'largar o osso' e passar o comando do Senado Federal para nada menos que Renan Calheiros (Alagoas);
É isso mesmo. Renan Calheiros está com sua eleição para a presidência do Senado já certa. A votação será mera formalidade. Teremos de volta o protagonista do 'Renangate', episódio que levou o senador alagoano a renunciar ao cargo de presidente daquela Casa depois de ser flagrado em 2007 por ter contas pessoais pagas por empreiteiros de obras públicas e para uma mulher que não era a sua. Com a volta de Renan fica comprovado que o Senado debocha dos eleitores, pois lá continuará reinando o atraso, o fisiologismo. É Renan Calheiros quem vai comandar a pauta de decisões importantes para os brasileiros a serem definidas pelo Senado. Com ele, há grande chances de novos 'malfeitos' surgirem nos próximo anos;
Espera-se, no entanto, que os eleitores fiquem mais atentos e exigentes, escolhendo melhor em 2014 seus representantes e, antes disso, cobrando dos atuais um comportamento mais digno, mesmo que dirigidos por Renan Calheiros. Não custa nada lembrar-lhe e aos demais senadores que depois do julgamento do 'Mensalão do PT' está provado que político autor de 'malfeitos' e que praticaram crimes contra a coisa pública estão sendo condenados a prisão. Que Renan e seus comandados fiquem atentos, porque o eleitorado hoje está mudando seus critérios de escolha. Estamos todos de olho neles.  por Airton Leitão

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