Depois de ser condenado a 7 anos e 14 dias de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do mensalão nesta quarta-feira (28), o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), delator do esquema, postou em seu blog uma frase do ex-primeiro-ministro inglês Benjamin Disraeli. "Never complain, never explain, never apologise", e acrescentou: “literalmente, ‘nunca se queixe, nunca se explique, nunca se desculpe’”. Jefferson , que atualmente é presidente licenciado do PTB, também foi condenado, em sessão do julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta, ao pagamento de multa no valor de R$ 688,8 mil. Os ministros do Supremo decidiram levar em conta a contribuição de Jefferson ao revelar detalhes do escândalo e diminuíram sua pena. Com isso, em vez de regime fechado, o ex-deputado cumprirá pena no semiaberto -- pela lei, penas maiores que oito anos são cumpridas em regime fechado. Ele teve seu mandato de deputado federal cassado, em 2005, pela participação no escândalo. Por corrupção, Jefferson recebeu pena inicial de 4 anos e 1 mês de prisão, mais 190 dias-multa, mas, pela delação, o relator Joaquim Barbosa chegou a 2 anos, 8 meses e 20 dias de prisão, mais 127 dias-multa, equivalente a R$ 304 mil, sem correção monetária. Por lavagem de dinheiro, a pena inicial era de 6 anos, 5 meses e 10 dias, mas foi reduzida para 4 anos, 3 meses e 24 dias, mais 160 dias-multa.
Benefício da confissão
A questão sobre a aplicação do benefício a Jefferson não foi unanimidade na Corte. Para o ministro-relator, presidente do STF, a maior contribuição de Jefferson foi ter trazido à tona o nome do publicitário Marcos Valério como operador do esquema e até então desconhecido. O ministro Marco Aurélio ressaltou que Jefferson "prestou um grande serviço" ao país. No entanto, para o revisor do processo, ministro Ricardo Lewandowski, Jefferson não deveria ser beneficiado por essa atenuante, porque, segundo ele, Jefferson negou envolvimento no esquema e disse que o dinheiro seria repassado ao partido, além de não ter prestado nenhuma informação relevante. "De denúncia espontânea é que não teve nada. (...) O acolhimento da confissão espontânea se adotada causará a maior perplexidade daqueles que acompanham o trabalho desta Suprema Corte”.
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