O Tribunal de Apelação de Rennes, na França, concedeu nesta terça-feira uma indenização de 797.352 (R$ 1,83 milhão) para um homem que ficou sete anos preso por engano após ser acusado de estupro. A indenização, a sétima absolvição em processo de revisão na França desde 1945, foi de 197.352 por prejuízos materiais e 600 mil por danos morais. A quantidade total decidida pelo tribunal é três vezes inferior aos 2,4 milhões pedido por Loic Sécher, 51, por ter ficado 2.655 dias atrás das grades. O Estado, por sua parte, tinha proposto 600.000 euros. O homem, nascido em Chapelle Saint Sauveur, foi acusado de estupro de uma adolescente da mesma cidade em 2000. Apesar de negar o crime, foi condenado em 2003 a 16 anos de prisão, pena que foi confirmada em 2004 após apelação. Sécher foi posto em liberdade condicional em abril de 2010 e em 2011 ele foi absolvido. Em 2008, a suposta vítima reconheceu que tinha mentido sobre o crime e a Justiça ordenou a repetição do julgamento. Ao sair da prisão, instalou-se em um povoado da Bretanha, onde ganhou um pequeno terreno onde cultiva produtos vegetais e vivia com 417 (R$ 959) de subsídio social. Sécher, que para denunciar sua situação chegou a denunciar o erro na porta de uma igreja diante das câmaras de televisão, declarou ao jornal "Le Parisien" que sua condenação tirou tudo o que ele tinha, "minha casa, minhas terras e meu pai, que morreu de pesar".
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