Apesar do Botafogo ter solicitado a interdição do Engenhão por duas semanas por causa do estado do gramado, Flamengo e Fluminense - que mandam seus jogos também no João Havelange - não parecem preocupados com a medida. Os dois clubes dizem que têm, em mãos, documentos que garantem a possibilidade de jogarem no Engenho de Dentro.
Nesta segunda-feira, o presidente do Botafogo, Mauricio Assumpção, enviou um documento à Federação de Futebol do Estado de Rio de Janeiro (Ferj) e à CBF, pedindo que não sejam realizados jogos de outros clubes no local por duas semanas. Porém, o vice-presidente de futebol do Fluminense, Sandro Lima, afirmou que o contrato firmado com o Botafogo garante ao Fluminense o direito de jogar no Engenhão. O Estatuto do Torcedor prevê que o local do jogo só pode sofrer alterações a dez dias da partida, e o Fluminense terá dois jogos nesse período, daqui para fente.
- Temos um contrato com o Botafogo, que pretendemos seguir. Não fomos avisados nem notificados sobre qualquer decisão do clube. A CBF é quem decide isso, mas não temos a intenção de deixar de jogar no Engenhão. Para os próximos dois jogos (São Paulo e Palmeiras), creio que seja complicado fazer essa troca, porque vai influenciar em nossa programação - disse Sandro, ao LANCENET!.
Do lado do Flamengo, quem se pronunciou foi Eduardo Moraes, assessor especial da presidência do clube, já que a mandatária rubro-negra Patricia Amorim está em Londres, acompanhando os Jogos Olímpicos. Eduardo afirmou que a mudança solicitada pela diretoria do Botafogo vai de encontro ao regulamento acordado entre os clubes:
- O Flamengo foi surpreendido com esse documento a menos de dez dias do jogo, isso fere o regulamento. Depois que a Federação esgotou os argumentos com o Botafogo, ela comunicou o clube e encaminhou o ofício para a CBF. O Flamengo, agora, aguarda uma posição. É preciso achar um estádio aprovado pela polícia e Defesa Civil.
Eduardo ainda revelou que o presidente em exercício do Flamengo, Hélio Ferraz - responsável pelo clube enquanto Patricia Amorim está na Inglaterra - tentará um contato com o presidente do Botafogo, Mauricio Assumpção, para buscar um acordo que agrade ambas as partes, já que o Rubro-Negro também utilizará o Engenhão no meio de semana, para o jogo contra o Atlético-MG.
- Não é fácil mudar. Mas o presidente Hélio está tentando entrar em contato com o presidente Maurício. Se chegarem a um acordo, estará tudo resolvido. O Flamengo tem um contrato que prevê um mínimo de jogos no Engenhão e quem escolhe isso é o Flamengo, não o Botafogo. Está tudo parado - afirmou o assessor.
Sandro Lima, por sua vez, afirmou que o Fluminense não tem o interesse de deixar de mandar os jogos no Engenhão, já que o desgaste em viagens para outras cidades, como Volta Redonda, cansam os jogadores, além de lembrar que o Tricolor nunca teve problemas dessa natureza em jogos realizados no estádio:
- Sempre mostramos o maior respeito e honramos com os nossos compromissos quando atuamos no Engenhão. Para nós, não é o ideal ficar viajando para Volta Redonda, isso desgasta mais a equipe. Apesar de, tecnicamente, o Fluminense sempre ir bem lá e o estádio ser muito bom. Vamos ver e estudar o que vai ser melhor e decidido.
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