AFP - Agence France-Presse
"Toda vez que vejo o que eu pago por minha saúde e de minha família, fico doente!", afirma Fiona Grant, ao falar sobre um sistema de saúde em crise, que exclui milhões de pessoas.
A reforma da saúde, promovida pelo presidente Barack Obama e que a Suprema Corte confirmou nesta quinta-feira (28) com algumas limitações, não cria, no entanto, um seguro de saúde público como na Europa, e o sistema, apesar de ampliado, continuará dependendo do setor privado.
Mas Fiona, mãe de família de 46 anos, se considera parte do grupo de pessoas que têm a sorte de contar com um bom seguro de saúde.
Isso significa que paga apenas 10 dólares quando vai ao médico e 100 quando é atendida numa emergência. Se tivesse de ser internada para uma simples cirurgia, pagaria 400 dólares, cerca de 20% do custo total.
"Nem gosto de pensar no que aconteceria com minhas finanças se realmente ficasse doente", acrescenta Fiona, que calcula gastar 6.500 dólares todos os anos na saúde de seu marido e dois filhos.
Acontece que receber tratamento nos Estados Unidos custa caro. Uma simples visita a um clínico geral custa 150 dólares. Ir a um dermatologista por causa de verruga faz o paciente tirar 200 dólares do bolso. Uma mamografia, por sua vez, sai por 1.400 dólares.
Em uma farmácia perto de Washington, uma senhora que chegou há pouco tempo da China não esconde sua surpresa ao comprar, pela primeira vez, gotinhas para o ouvido. "A farmacêutica me disse: 'um, três, sete'. Dessa forma, tirei um dólar e 37 centavos da carteira. Ela me olhou com ar surpreso e disse: 'Não, senhora, são 137 dólares'".
No 37º lugar no ranking da qualidade da saúde
Por falta de um sistema de saúde pública, os profissionais da saúde devem negociar constantemente suas tarifas com uma bateria de planos privados. A primeira pergunta que se faz quando um paciente pede uma consulta é: "Qual é seu seguro?"
O resultado é uma burocracia sem-fim. No site Remapping Debate, um grupo de jornalistas independentes calculou que são 300 os funcionários que trabalham apenas na área administrativa de um hospital de Massachusetts, enquanto que em um hospital similar de Toronto, Canadá, são apenas três.
A reforma da saúde, promovida pelo presidente Barack Obama e que a Suprema Corte confirmou nesta quinta-feira (28) com algumas limitações, não cria, no entanto, um seguro de saúde público como na Europa, e o sistema, apesar de ampliado, continuará dependendo do setor privado.
Mas Fiona, mãe de família de 46 anos, se considera parte do grupo de pessoas que têm a sorte de contar com um bom seguro de saúde.
Isso significa que paga apenas 10 dólares quando vai ao médico e 100 quando é atendida numa emergência. Se tivesse de ser internada para uma simples cirurgia, pagaria 400 dólares, cerca de 20% do custo total.
"Nem gosto de pensar no que aconteceria com minhas finanças se realmente ficasse doente", acrescenta Fiona, que calcula gastar 6.500 dólares todos os anos na saúde de seu marido e dois filhos.
Acontece que receber tratamento nos Estados Unidos custa caro. Uma simples visita a um clínico geral custa 150 dólares. Ir a um dermatologista por causa de verruga faz o paciente tirar 200 dólares do bolso. Uma mamografia, por sua vez, sai por 1.400 dólares.
Em uma farmácia perto de Washington, uma senhora que chegou há pouco tempo da China não esconde sua surpresa ao comprar, pela primeira vez, gotinhas para o ouvido. "A farmacêutica me disse: 'um, três, sete'. Dessa forma, tirei um dólar e 37 centavos da carteira. Ela me olhou com ar surpreso e disse: 'Não, senhora, são 137 dólares'".
No 37º lugar no ranking da qualidade da saúde
Por falta de um sistema de saúde pública, os profissionais da saúde devem negociar constantemente suas tarifas com uma bateria de planos privados. A primeira pergunta que se faz quando um paciente pede uma consulta é: "Qual é seu seguro?"
O resultado é uma burocracia sem-fim. No site Remapping Debate, um grupo de jornalistas independentes calculou que são 300 os funcionários que trabalham apenas na área administrativa de um hospital de Massachusetts, enquanto que em um hospital similar de Toronto, Canadá, são apenas três.
"Nosso sistema de saúde é regido por assuntos de ordem financeira mais do que pela vontade de ajudar às pessoas a se manter em boa saúde e serem atendidas", avalia Heidi Mordhorst, professora de uma escola em um condado vizinho à capital americana. Heidi, de 48 anos, lembra o caso de um menino de 12 anos falecido por causa de uma infecção dentária por não ter sido atendido a tempo porque seus pais não podiam pagar uma consulta odontológica.
No entanto, os Estados Unidos gastam com a saúde uma parte importante de seu PIB (16,2% contra os 11,7% gastos, por exemplo, pela França), ou seja, 7.400 dólares por habitante, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2009.
Mas, aparentemente, não é suficiente para contar com um bom sistema de saúde. Segundo a OMS, a França lidera a lista de países em termos de qualidade da atenção sanitária no geral. Os Estados Unidos estão apenas na 37ª posição.
"Existe uma crise neste país que ninguém parece ver", reclama Stan Brock, fundador e diretor-geral honorário do organismo Remote Area Medical (RAM). Com a ajuda de clínicas móveis, sua associação ajuda a milhões de pessoas que carecem de seguro de saúde (cerca de 50 milhões, segundo o censo americano), ou que não têm cobertura suficiente por parte dos planos.
"São principalmente pessoas da classe média, que precisam de cuidados odontológicos, de óculos ou de uma simples visita médica de rotina", explica Brock. "Se quem tem o poder de mudar as coisas vissem o que fazemos, se dariam conta da gravidade da crise", concluiu.
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