O Ministério das Cidades, um dos carros-chefe do PAC, com orçamento de R$ 7,6 bilhões previsto para 2011, seria alvo de um esquema similar ao descoberto nos Transportes, mas dessa vez comandado pelo PP, segundo denúncia da revista Isto É desta semana. A pasta teria liberado pagamentos irregulares em favor de três empreiteiras que doaram mais de R$ 15 milhões à legenda no ano eleitoral de 2010. A reportagem aponta para o nome do tesoureiro do partido, Leodegar Tiscoski, que desde 2007 ocupa a função de secretário nacional de saneamento da pasta e, em 2010, teria exercido dupla função – como funcionário público, geria obras de saneamento ao mesmo tempo em que atuava como tesoureiro nacional da sigla. Tiscoski é acusado ainda de ter autorizado recursos para obras consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A reportagem classifica a atuação do tesoureiro como “um flagrante da promiscuidade instalada no ministério”. Em entrevista ao programa Acorda pra Vida, da Rede Tudo FM 102.5, nesta segunda-feira (1º), o ministro Mário Negromonte (PP) defendeu o colega ao alegar que “não existe impedimento legal para exercer as duas funções”. O titular da pasta, contudo, afirmou que Tiscoski estaria afastado da função de tesoureiro da legenda na época da eleição. “Ele estava afastado do cargo, apenas assinou um encaminhamento de contas, mas não assinou cheques, ordens bancárias, nem nada do tipo. Ele se afastou da função por recomendação do partido”, disse. Um documento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicado pela Isto É, no entanto, mostra que Tiscoski assinou, em 2010, a prestação de contas do partido e um extrato de inexigibilidade de licitação.
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