A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou hoje (1), por unanimidade, o parecer do senador Francisco Dornelles (PP-RJ) ao projeto de lei de iniciativa do deputado Marcos Montes (DEM-MG) que trata da empresa individual de responsabilidade limitada. O texto foi aprovado em caráter terminativo. Se não houver recurso de pelo menos oito senadores, será encaminhado à sanção presidencial, sem a necessidade de ser votado no plenário.
A proposta acaba com a obrigatoriedade de incluir dois sócios na constituição de uma empresa. Dornelles chamou-o de “Projeto antilaranja” porque, na maioria das vezes, “o outro sócio não tem interesse na empresa, formando uma sociedade limitada originalmente fictícia, apenas para afastar o risco de afetação do patrimônio pessoal do empresário”.
Pelo projeto, só o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas dela, excluindo-se o patrimônio pessoal do empresário. Presente à CCJ, Marcos Montes lembrou que desde os anos 1980, se discute a empresa individual, ideia lançada no Programa Nacional de Desburocratização.
O líder do DEM, senador Demóstenes Torres (GO) lembrou que hoje o empresário, “a exemplo do que fez o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, na criação da consultoria Projeto”, é obrigado a montar empresas com 99% do capital e o outro tem apenas 1% do capital para poder constituir o empreendimento. No caso do ministro, Demóstenes lembrou que ele tem 99,9% do capital da empresa e seu sócio, o economista Lucas Novaes, tem menos de 1% do capital.
O texto aprovado pelos deputados prevê que a nova empresa jurídica tenha um patrimônio mínimo integralizado de pelo menos 100 salários mínimos (R$ 55 mil). A empresa individual de responsabilidade limitada só será obrigada a honrar dívidas no limite de 100 salários mínimos, ficando o patrimônio pessoal do empresário protegido.
Dornelles afirma que o procedimento atual eleva os custos da empresa, “afetando a competitividade internacional do empresário brasileiro em um ambiente de concorrência global”. Citou como exemplo o fato de a Junta Comercial do Rio de Janeiro cobrar R$ 182 para o registro inicial do empresário. “Mas o valor é elevado para R$ 300 no caso de sociedade limitada”, informou o senador. Rosa Costa ///http://www.jt.com.br/
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