A discussão no Congresso Nacional da votação da proposta de emenda constitucional que reduz de 44 para 40 horas a jornada semanal de trabalho, uma das principais bandeiras do sindicalismo atualmente, foi adiada. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), deixou para o próximo semestre o debate sobre o tema. Ele esteve reunido ontem com dirigentes de cinco centrais sindicais para discutir a pauta trabalhista na Casa. O projeto já passou pelas comissões e está à espera de votação pelo plenário.
Foi mais uma derrota dos sindicalistas, tanto no Congresso Nacional quanto no governo, que não tiveram nenhuma das suas últimas reivindicações e negociações atendidas.
Neste ano, as centrais já não foram atendidas quando defenderam um aumento maior para o salário mínimo e um índice maior de correção da tabela do Imposto de Renda.
A presidente Dilma Rousseff não cedeu aos apelos por um mínimo de R$ 560, defendido pelos sindicalistas e manteve o valor de R$ 545. As centrais sindicais também tiveram de abrir mão dos 6,46% que defendiam para a correção na tabela do IR e a medida provisória fixou esse índice em 4,5%.
“Eu recebi a pauta e vamos dialogar também com o setor empresarial e, quem sabe, no segundo semestre nós possamos avançar em ações destinadas a melhorar a qualidade do trabalho no Brasil”, disse Maia, após o encontro.
“Eu explicitei a dificuldade que tem de votação dessa matéria. Não é uma matéria simples. Isso precisa ser dialogado com o setor empresarial e é preciso que sejam feitos ajustes”, disse.
Pressão do trabalhador
O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que os trabalhadores vão intensificar a pressão no Congresso pela aprovação da jornada menor. “Sabemos que não é fácil. Reduzir a jornada de trabalho é uma luta de classes”, disse .
O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que os trabalhadores vão intensificar a pressão no Congresso pela aprovação da jornada menor. “Sabemos que não é fácil. Reduzir a jornada de trabalho é uma luta de classes”, disse .
“Nada é fácil no Congresso”, concordou o presidente da CUT, Artur Henrique. “Não dá para discutir só a pauta do governo e dos empresários. Esse foi o principal recado para Marco Maia”, afirmou.
Na pauta das centrais estão ainda o fim do fator previdenciário no cálculo do valor das aposentadorias e a regulamentação do trabalho terceirizado. O fator previdenciário, que é alvo de discussão há tempos, achata o valor inicial dos benefícios pagos pela Previdência Social.
Ele considera a expectativa de vida e a idade do trabalhador. Quanto mais cedo ele requisitar a aposentadoria, menor será o valor dela.
Maia concordou em criar uma comissão especial para discutir os projetos.
Apesar das negativas do governo, as centrais preparam a celebração do Dia do Trabalho, em 1º de maio, com a expectativa da presença da presidente Dilma Rousseff no evento. Maia também participará do ato no domingo. De http://www.jt.com.br/
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