Precisamos falar dos desafios do envelhecimento de pessoas com deficiência intelectual em meio à pandemia
Mudança repentina na rotina traz impactos e pode gerar estresse mental, podendo provocar situações de violência, ansiedade, depressão, entre outros problemas.
*Leila Castro
Desde o mês de março, que foi marcado pelo início da quarentena em diversos lugares do país, mudamos drasticamente nossa rotina e as principais atividades do nosso dia a dia. Fomos inseridos em um contexto em que centenas de milhares de pessoas em todo o mundo já perderam vidas para a COVID-19 e milhões de outras seguem se recuperando. Essa situação, inesperada em todo o mundo, testou a capacidade dos cientistas de identificarem com agilidade os grupos mais vulneráveis, assim como os sistemas de saúde do Brasil e de outros países, que tiveram de se preparar com urgência para receber e tratar ou acompanhar esses casos. Tudo foi muito rápido. Em um prazo muito curto, de poucos dias, muitos adotaram o home office permanente no trabalho, reduzimos ao máximo nossas saídas às ruas e passamos a realizar com mais frequência compras de produtos e solicitações de serviços via internet.
Essa mudança repentina de hábitos e rotinas não foi fácil e ainda repercute em grupos de maior vulnerabilidade, que acabam por não ser contemplados em diversas soluções apresentadas para se enfrentar essa nova realidade. Entre esses grupos, estão as pessoas com deficiência intelectual em fase de envelhecimento. A deficiência intelectual em si não é uma comorbidade, contudo, é importante destacarmos que essa parcela da população corre maior risco, considerando as comorbidades ao longo da vida. Na síndrome de Down (T21), por exemplo, problemas cardíacos hereditários, níveis de obesidade e problemas respiratórios são bastante comuns.