de Josias de Souza:
O PT protocolou duas interpelações judiciais contra o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que acusou a legenda, em delação premida, de receber propinas na Petrobras. Coisa de até US$ 200 milhões, dos quais US$ 50 milhões repassados diretamente ao tesoureiro petista João Vaccari Neto. Uma das petições foi ajuizada na Justiça Cívil. Outra, na Justiça Criminal. Ambas no Rio de Janeiro.
As ações haviam sido anunciadas pelo presidente do PT, Rui Falcão, há 12 dias. Curiosamente, o PT se absteve de encomendar aos seus advogados ações judiciais contra outros delatores que acusaram a legenda de receber propinas provenientes de contratos na Petrobras. Entre eles o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.
De resto, as iniciativas do PT transformaram Dilma Rousseff numa personagem sem nexo. Em entrevista concedida na semana passada, a presidente havia evocado o depoimento de Barusco para responsabilizar Fernando Henrique Cardoso pela corrupção que transformou a maior estatal do país em escândalo.
Dilma dissera: “Olhando os dados que vocês mesmos divulgam nos jornais, se em 96 ou 97 tivessem investigado e tivessem naquele momento punido, nós não teríamos o caso desse funcionário da Petrobras que ficou durante quase 20 anos [beneficiando-se] de corrupção. A impunidade, e isso eu disse durante a minha campanha, a impunidade leva água para o moinho da corrupção.”