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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Luislinda Valois, a ministra que se esforça para destruir a própria reputação

por Fernando Duarte
Foto: Reprodução/ EBC
Lá pelos idos de 2011, quando ainda era um mero aspirante a jornalista, um amigo cravou em minha mente um ensinamento que deveria ser carregado por todos: você leva uma vida para construir uma reputação e apenas um ato para destruí-la. Eis que, como para toda regra há uma exceção, nesta quinta-feira (14), surgiu um exemplo que nada na vida é tão estanque. Indicada pelo PSDB para a Secretaria de Direitos Humanos, a baiana Luislinda Valois é uma pessoa que se esforça para manchar a própria reputação. Ontem, colocou mais um ato no currículo: para permanecer como ministra, pediu desfiliação do PSDB, que prepara o desembarque do governo Michel Temer. Desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça da Bahia, a hoje ministra seria facilmente um exemplo a ser seguido por milhares de jovens, especialmente mulheres negras. De família humilde, como a biografia dela relata, ascendeu socialmente e profissionalmente ao ponto de chegar ao posto de desembargadora, algo que a coloca em um seleto grupo de operadores do Direito que chegam a uma Corte superior. Até se apresentava como a primeira magistrada negra da Bahia, feito questionado por alguns colegas e depois desmentido pela imprensa. No currículo, um falso prêmio da ONU, que na verdade era de uma ONG que apoiava ações da entidade. Se antes de chegar à Esplanada dos Ministérios Luislinda já errava, ao ascender ao posto desceu a ladeira dos absurdos. Reclamou que o salário de desembargadora aposentada deveria ser somado ao de ministra, pois não ter os dois valores era trabalhar de forma “análoga à escravidão”. Depois pediu o retroativo desse supersalário, na cifra de R$ 300 mil. E, apesar de ser ministra da Secretaria de Direitos Humanos, se abstém de falar sobre assuntos relevantes da pasta, aparentemente criada para abrigar uma mulher e uma pessoa negra, numa espécie de cotas de um ministério sem qualquer diversidade. Ao preferir continuar no cargo em detrimento à filiação partidária que a alçou ao posto, Luislinda deu mais um passo para que a própria reputação se tornasse ainda menos briosa, afinal, por mais que os exemplos digam o contrário, há sempre a expectativa de um mínimo de fidelidade política. Uma coisa é certa: a resiliência dela não pode ser subestimada. Ela se esforça para deixar de ser uma inspiração, diante de sucessivos atos que, em outras sociedades, destruiriam reputações. BN

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