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sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Maduro frauda eleição na Venezuela

A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, anunciou nesta quarta (2) a abertura de uma investigação de manipulação dos resultados da votação para a Assembleia Nacional Constituinte no último domingo (30), que envolve quatro reitoras do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

“Determinei investigar se estamos na presença de um crime, inclusive de lesa-humanidade. Por isso, designei dois procuradores para investigar quatro reitoras do CNE por esse fato escandaloso”, afirmou Ortega em entrevista à CNN, depois que a empresa responsável pelo sistema de votação denunciou uma manipulação do número de participantes. As informações são do Diário do Poder.

“Também avaliamos se levaremos a denúncia a organizações internacionais, uma vez que estamos diante de possíveis crimes de lesa-humanidade”, acrescentou a procuradora-geral.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, 8.089.320 pessoas – 41,53% – participaram no domingo da votação, marcada por protestos e mortes.

Antonio Múgica, executivo da Smartmatic, a empresa que instalou cerca de 24 mil urnas eletrônicas na Venezuela, denunciou a fraude. Segundo ele, os dados oficiais superestimam em pelo menos 1 milhão de votos o número de cidadãos que compareceram às urnas.

“Calculamos que a diferença entre a participação real e a anunciada pelas autoridades é de pelo menos 1 milhão de votos”, disse Múgica.

Para Ortega, “esse anúncio é bem grave, pois indica que houve manipulação” e é necessário medir o alcance desse fato, que representa, segundo ela, “mais um elemento do processo fraudulento e inconstitucional” de convocação da Constituinte.

Além disso, a titular do Ministério Público da Venezuela solicitou nova auditoria com “especialistas nacionais e internacionais, mas sem as reitoras do CNE”, com o objetivo de determinar responsabilidades.

Ortega rechaçou a eleição da Assembleia Nacional Constituinte, por considerá-la “ambição ditatorial” do chavismo. Ela denunciou que o processo deveria “ser convocado pelo povo”, e não pelo presidente Nicolás Maduro. Essas posições fizeram com que ela se tornasse uma das vozes mais críticas à Constituinte.

“Tenho que dar uma resposta ao país para oferecer segurança, pois esta Constituinte tem atribuições infinitas”, disse a procuradora, acrescentando que, com a instalação da Assembleia, prevista para esta sexta (4), “será instituído um órgão com superpoderes”. Além disso, ela pediu medidas para “paralisar a instalação” da ANC, ao considerar que existem indícios de que “nem 15% dos eleitores votaram”.

A Venezuela vive uma série de manifestações a favor e contra o governo desde o dia 1º de abril, que até agora já deixaram 121 mortos. A situação culminou com a eleição da Assembleia Constituinte, da qual a oposição não participou por considerá-la fraude.

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