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sábado, 19 de agosto de 2017

'Abate': Vaccarezza teria recebido pelo menos US$ 438 mil em esquema na Petrobras

Foto: Laycer Tomaz / Agência Câmara
O ex-deputado federal Cândido Vaccarezza (PT) é suspeito de ter recebido pelo menos US$ 438 mil no esquema de corrupção investigado pela Operação Abate, uma das novas fases da Operação Lava Jato. O ex-parlamentar foi alvo de prisão temporária (veja aqui). A ação foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (18), concomitante com a Operação Sem Fronteiras, também desdobramento da Lava Jato. De acordo com investigadoresd a Polícia Federal, Vaccarezza favoreceu a contratação da empresa norteamericana Sargeant Marine, que forneceu asfalto para a Petrobras entre 2010 e 2013. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, também teria sido beneficiado pelo esquema, recebendo pelo menos US$ 162 mil por cinco contratos. O Partido dos Trabalhadores seria outro beneficiário da propina. Há suspeita de que o ex-petista tenha usado parte do dinheiro da propina para pagar contas do seu atual partido, o PTdoB, novo Avante. De acordo com o delegado Filipe Hille Pace disse que Vaccarezza se mostrou "bastante surpreendido e bastante assustado" no momento da prisão. Também foram encontrados R$ 122 mil na casa de Vaccarezza, dinheiro com o qual ele estaria pagando despesas do novo partido. Conforme apurado pelas investigações, o ex-parlamentar era pressionado para retirar da Petrobras funcionários não ligados ao PT, o que indica que havia "loteamento político" na estatal. Além de Vaccarezza, também foram alvos de prisão o ex-gerente da Petrobras, Márcio Albuquerque Aché Cordeiro, e o operador financeiro Henry Hoyer de Carvalho. Outros dois alvos estão no exterior, mas não são considerados foragidos: Luiz Eduardo Loureiro Andrade, da Seargent Marine, e Dalmo Monteiro Silva, ex-gerente da Petrobras.
A PF ainda pediu a prisão de outro ex-gerente da Petrobras, Carlos Roberto Martins Barbosa, mas ele está hospitalizado e o mandado não será cumprido. Quanto à Operação Sem Fronteiras, as investigações apontam que Paulo Roberto Costa ajustou com o cônsul honorário da Grécia no Brasil, Konstantinos Kotronakis, um esquema de facilitação de contratação de navios gregos. O operador Henry Hoyer de Carvalho - alvo da 13ª fase da Operação Lava Jato - teria efetivado o esquema entre 2008 e 2010. Quem assumiu o comando foi uma empresa de brokeragem constituída na Inglaterra e pertencente a Georgios Kotronakis, filho de Konstantinos. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os grupos Tsakos e Aegean, dos quais Konstantinos é respectivamente diretor e sócio-administrador, formalizaram contratos de afretamento com a Petrobras entre 2009 e 2013, em valores que superam US$ 500 milhões. Também participaram da negociação as empresas Dynacom Tankers Management, Galbraiths e Dorian Hellas - em todas o cônsul grego tinha relações indiretas. Pelo menos 2% dos valores eram destinados ao pagamento de propina a funcionários públicos, operadores financeiros e políticos. Costa já tinha declarado o recebimento de US$ 530 mil. O delegado Igor Romário de Paula explicou que as duas operações foram deflagradas no mesmo dia para "otimização de recursos". "Não é porque eles faltaram. Não houve ordem para limitar recursos ou faltou recurso e a gente foi obrigado a fazer ao mesmo tempo. Nós estamos trabalhando numa perspectiva de que os recursos para o Ministério da Justiça, assim como para todos os ministérios, estão escassos. Usando um jargão antigo, [é preciso] fazer mais com menos", explicou. BN

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