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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

A 'mão dura do Estado' e os toques de recolher de um inimigo invisível

por Fernando Duarte / BN
Foto: Reprodução/ Rodrigo Oller
Na última sexta-feira (11), algumas localidades de Salvador e de cidades da região metropolitana foram alvos de “toques de recolher” enviados por supostos traficantes em retaliação a morte, em confronto com a polícia, de Marcelo Batista dos Santos, mais conhecido como "Marreno" e líder da facção Bonde do Maluco. A resposta da Secretaria de Segurança Pública (SSP) foi imediata, com direito à pérola da “mão dura do Estado” sobre os criminosos. Mas, por mais que o Estado responda, a sociedade ainda seguirá refém de grupos criminosos cada vez mais organizados – e aqui não há qualquer referência à organização criminosa citada pelos inquéritos que envolvem o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. E, com a emergência das redes sociais, um antigo artifício para levar pânico à população toma proporções ainda maiores: os boatos. Por mais que haja uma situação de risco – e por vezes há -, a boataria que toma conta dos aplicativos de mensagens instantâneas acaba atrapalhando o trabalho das autoridades policiais. Desde os ônibus incendiados, ainda na noite de quinta (10), foram inúmeras mensagens a circular no mais popular dos apps, o WhatsApp. Dos supostos traficantes determinando o fechamento do comércio a policiais não identificados que recomendam que população não saia de casa, criando um estado de alerta ainda mais tenso do que o já problemático cotidiano da população baiana. Em um estágio avançado de depreciação social, as forças de segurança passam a ser cada vez mais reativas e a sociedade cada vez mais refém até mesmo de um inimigo invisível – criado pelo medo de que boatos sejam verdade. Em instantes assim, a imprensa deve ser uma aliada da população para tentar evitar que incidentes menores se transformem em verdadeiras hecatombes na combalida segurança pública. Caso sirva de consolo, apesar dos números altos de homicídios, de roubos e furtos de veículos e de assaltos a coletivos, a Bahia não está mergulhada no caos institucional que exigiu auxílio da Força Nacional para apaziguar o Rio de Janeiro. Se é que tal comparação serve de consolo...

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