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sexta-feira, 24 de março de 2017

Universidade holandesa desenvolve droga que 'reveste' envelhecimento em testes com animais

Uma equipe do Centro Médico da Universidade Erasmus, na Holanda, desenvolveu uma droga capaz de retirar do corpo as células "senis", que param de se dividir conforme as pessoas envelhecem. Elas se acumulam naturalmente no organismo e acabam liberando substâncias químicas que favorecem inflamações e estão estreitamente ligadas ao processo de envelhecimento. Após realizar testes em camundongos, aplicando neles essa droga, os pesquisadores observaram que a função renal dos animais melhorou e que eles foram capazes de correr duas vezes mais rápido do que os camundongos da mesma idade que não receberam a droga. O estudo foi publicado na revista científica "Cell". 

A equipe holandesa está planejando, agora, testes em humanos para o que eles consideram ser um potencial "tratamento" para a velhice, revertendo uma série de distúrbios relacionados à idade. A descoberta se soma a uma onda de novos achados que sugerem a possibilidade de um futuro em que os médicos podem tratar o envelhecimento em si, ao invés de tentar combater as doenças que vêm junto com ele. 

Tal cenário é agora apoiado pela ciência, de acordo com Peter de Keiser, o cientista de 36 anos que liderou o estudo da nova droga. "Talvez, quando você chegar aos 65 anos, você possa ir a cada cinco anos a uma clínica receber sua terapia anti-células senis. É como receber uma dose de rejuvenescimento", disse ele ao "Guardian". À medida que envelhecemos, nossas células acumulam danos no DNA, que, se forem além de um determinado limiar, não podem ser reparados. 

Neste ponto, as células podem se transformar em cancerosas, auto-destruídas, ou entrar em um estado de semi-dormência, chamado de senescência. Inicialmente, acreditava-se que as células "senis" seriam espectadoras neutras — que não fazem uma contribuição biológica útil, mas que são inofensivas. No entanto, cerca de uma década atrás, esta imagem começou a mudar. "Verificou-se que essas células secretam toda uma carga de lixo. Ou seja, elas não são apenas espectadoras, mas têm um efeito negativo", destacou De Keizer, que comparou essas células com a presença tóxica de um estudante bagunceiro na sala de aula, que arrasta para baixo o desempenho de seus colegas. 

Existem agora evidências crescentes para o papel das células "senis" em doenças relacionadas com a idade, com concentrações mais elevadas das células sendo vistas nas articulações artríticas, nas cataratas e nas artérias revestidas de placas. Pesquisas publicadas no ano passado mostraram que a remoção dessas células fez com que camundongos vivessem 20% mais tempo, em média. O novo estudo, no entanto, é o primeiro a mostrar que o envelhecimento não só pode ser adiado com a remoção de células "senis", mas potencialmente revertido. por Vandinho Maracás

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