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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Trabalhador deixa muito dinheiro 'esquecido' no banco

Trabalhador deixa de sacar abono do PIS, aplicações e resíduos de contas do FGTS. Bilhões estão à espera
MARTHA IMENES
Rio - Em tempos de crise e mercado de trabalho com números alarmantes — segundo o IBGE, há no Brasil quase 12 milhões de desempregados e 22,9 milhões de subempregados —, muita gente não sabe que tem um saldo a receber em bancos. E os bilhões de reais acabam ficando em um “fundo perdido”. Há exemplos como o abono do PIS/Pasep ano-base 2014, que mais de 950 mil pessoas “esqueceram” de sacar o benefício de R$ 880, ou resíduos de contas inativas do FGTS, que também podem estar “perdidos” na Caixa Econômica Federal.

E ainda existe a restituição do Fundo 157, que espera por resgate das cotas. É mais de R$ 1,5 bilhão parado, segundo os últimos dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de 2014.

Mauro Calil, servidor estadual, vai fazer levantamento para saber se tem resíduo no PIS e no FGTS: ‘Qualquer dinheiro que entre é um alívio’Maíra Coelho / Agência O Dia

O DIA elaborou um passo a passo para facilitar a vida de quem quiser verificar se tem algum dinheiro perdido para receber. Afinal, uma grana inesperada não faz mal a ninguém!

Para ver se seu nome está na lista de quem tem direito ao PIS/Pasep, basta acessar o site do MTE, clicar no banner ‘Abono Salarial’ e pesquisar. Lá, os nomes estão organizados por estados, cidades e em ordem alfabética. Outra forma de verificação funciona por meio de pesquisa por CPF ou número de cadastro no PIS/Pasep em http://abonosalarial.mte.gov.br.

O saldo do Fundo 157 é um pouco mais complicado para fazer o levantamento. Mas mesmo assim vale a pena conferir se houve aplicação. Têm direito à retirada contribuintes que declararam Imposto de Renda entre 1967 e 1983 e destinaram parte da restituição para cotas desse fundo. Herdeiros podem reivindicar a retirada dos valores.

Os ativos e passivos originados do Fundo 157 foram distribuídos para instituições financeiras, como Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Safra, Santander, entre outros. (Confira no quadro ao lado). Para verificar se ainda há saldo a receber, o investidor deve entrar em contato com o administrador do fundo. É preciso ter documento que indique a existência da aplicação. Caso não ache o atendimento satisfatório, os clientes podem ligar para 0800-025-9666, das 8h às 20h para buscar orientação.

A autarquia informou que no caso de reclamação é importante anexar cópia de identidade, CPF e da documentação que comprove o atendimento pela instituição que administra o fundo para poder apurar o ocorrido.

É possível ver se há saldo pela internet
Muitos trabalhadores nem tomam conhecimento que têm resíduo do FGTS. Isso acontece porque ao ser demitido, ele faz o saque do fundo e a conta é, teoricamente, encerrada. Mas pode acontecer algum recolhimento posterior na conta e valor ser atualizado. Estima-se que há milhões de reais em contas inativas do FGTS. Procurada pelo DIA, a Caixa não informou o saldo total existente.

Para verificar se há algum dinheiro em conta inativa do FGTS basta ter o número do PIS e criar uma senha de internet no endereço www.fgts.gov.br. Na página ao clicar em ‘Consultar saldo do FGTS’ o usuário será direcionado ao site da Caixa, na seção ‘Serviços Sociais’. Em seguida, clique em ‘Extrato Completo’. Nesse ícone, a pessoa terá acesso a todas as suas contas, podendo verificar se há saldo ou não. A consulta pode também ser feita em terminais de autoatendimento, com o Cartão Cidadão ou pessoalmente em uma agência do banco.

Servidor estadual, que vem enfrentando atrasos salariais, Mauro Calil, 46 anos, vai pesquisar na Caixa para ver se tem resíduo a receber. Embora esteja há cinco anos no estado, Calil trabalha desde os 16 anos de idade com carteira assinada. “Vou consultar o FGTS e o PIS. Como ‘sofredor público’ estadual qualquer dinheiro que entre é um alívio”, diz Calil.

Ele chama a atenção para o fato de muitas pessoas desconhecerem que podem ter dinheiro para receber e lamenta a falta de transparência. “Quanto mais pessoas desconhecerem que podem sacar, mais dinheiro fica perdido nos bancos”, comenta.

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