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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Em novo estudo, neurocientistas removeram fobias do cérebro

Neurocientistas descobriram como remover medos específicos dos cérebros dos pacientes usando uma combinação de inteligência artificial e tecnologia de leitura cerebral. A técnica poderia mudar a vida de pessoas com fobias e medos excessivos.

O processo, chamado Decoded Neurofeedback, não requer nenhum esforço consciente por parte da pessoa para superar seus medos, mas depende da identificação de padrões cerebrais relacionados a um medo específico, que são “substituídos” usando um sistema de recompensa.

“Quando induzimos uma memória de medo no cérebro, somos capazes de desenvolver um método rápido e conciso de ler esse medo usando algoritmos de inteligência artificial. O desafio então foi encontrar uma maneira de reduzir ou remover a memória do medo, sem fazer o paciente lembrar dele conscientemente”, explica o pesquisador Ben Seymour, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Realizando o trabalho em 17 voluntários, os cientistas criaram uma “memória do medo” nos participantes, associando determinada imagem com um pequeno choque elétrico. Durante os três dias seguintes, os voluntários receberam uma pequena quantia de dinheiro como recompensa sempre que o mesmo padrão cerebral fosse detectado. Aqueles que participaram foram informados de que a recompensa dependia de sua atividade cerebral, mas não foi explicado como isso funcionaria.

O objetivo era associar gradualmente o padrão identificado com uma recompensa ao invés de algo negativo, mesmo quando a imagem não fosse conscientemente lembrada. “As características da memória que foram previamente ajustadas para prever o choque doloroso, agora foram reprogramadas para prever algo positivo”, disse o pesquisador Ai Koizumi, do Advanced Telecommunications Research Institute International, em Kyoto, no Japão.

O teste era para ver como os participantes reagiriam ao ser mostrado o conjunto de imagens assustadoras, mas quando isso aconteceu, os pesquisadores não detectaram sinais de fobia ou atividade aumentada na amígdala, responsável por identificar o medo no cérebro. “Isso significava que fomos capazes de reduzir a memória do medo sem que os voluntários conscientemente experimentassem a lembrança no processo“, diz Koizumi.

Esse teste se contrapõe com o tratamento de terapia tradicional, que expõe pessoas com transtornos de ansiedade à causa de sua ansiedade ou medo em um ambiente seguro. Ou seja, é a velha ideia de enfrentar seus medos para superá-los. Esse método até funciona, mas a equipe desse novo estudo acha que pode aprimorá-lo. Embora a amostra tenha sido pequena, os pesquisadores acreditam que essa nova técnica poderia ser desenvolvida para criar uma maneira menos estressante de ajudar as pessoas a superarem seus medos, o que é uma boa notícia para portadores de fobias ou medos mórbidos que representam 4% ou 5% da população mundial.

“Para aplicar isso aos pacientes, precisamos construir uma biblioteca de códigos de informações cerebrais para as várias coisas que as pessoas podem ter um medo patológico, como por exemplo, aracnofobia – o medo de aranhas. Então os pacientes poderiam ter sessões regulares de Decoded Neurofeedback para remover gradualmente a resposta do medo que essas memórias provocam”, finalizou Seymour.

Certamente esse avanço significativo na Ciência fará uma grande diferença na vida de pessoas que poderão ser tratadas de suas fobias. [ Scient Alert ] [ Fotos: Reprodução / Sciente Alert ]

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