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domingo, 9 de agosto de 2015

Políticas de amparo ao idoso são precárias, diz especialista

Adriane Primo/Divulgação
País terá 58,4 mi de idosos em 2060: aumento da expectativa de vida exige políticas públicas avançada

Já pensou em viver até os 120 anos? Essa é uma tendência mundial e se tornou uma realidade que assusta a muitos. Ao menos, é o que aponta uma pesquisa realizada pelo Instituto Qualibest e encomendada pelo laboratório Pfizer, que constatou que 90% da população brasileira tem medo de envelhecer. http://atarde.uol.com.br

No topo da lista de justificativas apresentadas pelos entrevistados está as complicações na saúde, seguido de limitações físicas e problemas de memória, solidão e preocupações financeiras. A pesquisa foi realizada com 989 pessoas de todas as regiões do país com idade entre 18 e 61 anos ou mais.

Para a médica e sócia diretora da Comtemporânea Consultoria Aplicada para Longevidade, Andréa Prates, a falta de informação sobre o envelhecimento dificulta o planejamento político, social e individual para a terceira idade.

"As pessoas precisam conhecer mais sobre o processo de envelhecimento para sair do imediatismo e passar a se preocupar em se prevenir agora para adquirir bem-estar quando chegar a terceira idade", avalia Andréa.

Da mesma opinião compartilha a geriatra Mônica Hupsel Frank. Segundo ela, é preciso antecipar a atenção com o envelhecimento, para que este se dê de maneira saudável. "É preciso mudar a ideia de envelhecimento, porque isso não se previne. O que se previne são doenças para esta fase", diz.

O levantamento mostrou ainda que os cuidados com a saúde passam a ser adotados com mais intensidade a partir dos 51 anos.

Mesmo a maioria dos entrevistados concordando que é necessário fazer exames regularmente e ter alimentação saudável, apenas 35% deles, com idade entre 18 e 25 anos, têm este hábito.

Questionadas sobre a idade ideal para se preocupar com a saúde, as especialistas são enfáticas: não existe idade ideal.

Para elas, quanto mais cedo a pessoa se preocupar em ter uma alimentação saudável e fazer atividades físicas, mais terão qualidade de vida futuramente.

A geriatra Mônica destaca a necessidade de reconhecer o envelhecimento: "Os jovens vão ao médico eventualmente. Depois, quando chegam aos 60 ou 70 anos, passam a ir com frequência, quando os problemas mal resolvidos ou não resolvidos aparecem".

As doenças mais comuns na terceira idade são problemas de visão, audição, hipertensão, artrose e demência. Entretanto, a geriatra salienta que não é uma regra. "Estas são as doenças comuns, mas não exclusivas da idade".

Assistência
Segundo dados de 2012 da Organização Mundial da Saúde, estima-se que haverão 365 milhões de pessoas com mais 80 anos no mundo até 2050. Em 2014, no Brasil haviam 20,6 milhões de idosos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa é que em 2060, o país tenha 58,4 milhões de idosos.

Apesar do aumento na expectativa de vida do brasileiro, a avaliação dos especialistas é que o país ainda tem "muito a avançar em políticas públicas voltada para a terceira idade". Mas, destacam que esta depende de políticas que acompanhem todas as fases da vida.

"O impacto que o aumento na expectativa de vida pode trazer é imensurável se não houver planejamento e preparo político-social. No Brasil, há políticas públicas, mas falta implementação", afirma Andréa Prates.

Como especialista em gerontologia, Andréa acredita que o fato do mundo estar voltada para o jovem faz com que a velhice seja cercada de preconceitos e limitações, bem como carece de especialistas na área.

"É preciso debater mais sobre o assunto e entender que o jovem de hoje é o idoso de amanhã. Não podemos ter um sistema de saúde fragmentado. Então, é preciso criar políticas que contemplem a todos em todas as idades", diz.

Atendimento
Na Bahia, o Centro de Referência Estadual de Atenção a Saúde do Idoso (Creasi) presta serviço de ambulatório de apoio de fisioterapia, nutrição, odontologia, entre outros, visando oferecer atenção integral. A unidade atende, em média, 6 mil pacientes por mês.

A admissão ao Creasi ocorre por meio da Rede Básica de Saúde (Unidades de Saúde da Família e Unidades Básicas de Saúde), diretamente ligada a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

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