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domingo, 23 de agosto de 2015

'NYT': Escândalos arrastam Brasil para crise política mais aguda desde 1980

Jornal do Brasil - Em matéria publicada sexta-feira (21) em seu site, o jornal norte-americano New York Times detalha as acusações que recaem sobre o presidente da Câmara dos Deputados brasileira, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Definindo-as como "nada menos do que avassaladoras", oNYT afirma que Cunha é um dos políticos mais poderosos do país e que sua postura combativa em relação às denúncias desvia a atenção de um Congresso cheio de escândalos. 

O jornal diz que, ao invés de renunciar, Cunha afirma que está sendo vítima de uma conspiração para tirar o foco da presidente Dilma Rousseff e do papel do Partido dos Trabalhadores (PT) no "escândalo colossal" envolvendo a Petrobras. 

Escreve o NYT: "Escândalos envolvendo uma figura proeminente após a outra estão levando o Brasil à sua mais aguda crise política desde o restabelecimento da democracia, em 1980." De acordo com o jornal, aliados do governo pareceram inicialmente aliviados após as denúncias contra Cunha. Isso porque colocá-lo na defensiva afasta as possibilidades de um impeachment. 

'NYT' alerta que escândalos levam Brasil à mais grave crise política desde a redemocratização

"Dilma Roussef, que tem batalhado por sua sobrevivência política desde que venceu as reeleições há apenas dez meses, parece ter ganhado um descanso nos últimos dias. Renan Calheiros, o poderoso líder do Senado, expressou publicamente sua oposição a pedidos de impeachment", afirma a reportagem. 

O jornal também atenta para a severa crise de confiança nos sistemas político e econômico do país, caso a presidente sofra um impeachment. "Especialmente porque nenhuma delação indica que ela se beneficiou pessoalmente do esquema de corrupção na Petrobras", detalha o NYT. 

Em reação às afirmações de Cunha sobre uma possível conspiração contra ele, críticos apontam que o escândalo da estatal já levou à prisão de muitos executivos, incluindo o presidente da Odebrecht e figuras políticas de peso, como José Dirceu. Relata o jornal: "Incluindo Cunha, cerca de 40% dos 594 membros do Congresso estão enfrentando acusações de alguma espécie, de acordo com o Congresso em Foco. Entretanto, poucos legisladores costumam ser presos porque eles só podem ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal, o que pode levar a anos de atrasos e permitir que muitos deles evitem condenações." 

O NYT ainda lembra que Cunha tem a lealdade de muitos membros da Câmara e que, na batalha para permanecer no cargo, ele pode chamar atenção para a impunidade que há muito tempo define o Congresso brasileiro. Segundo a reportagem, "adicionalmente, pode prejudicar Dilma e seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em um momento no qual eles precisam de aprovações para suas medidas de austeridade".

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