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segunda-feira, 6 de abril de 2015

REVERTEU-SE SUPERÁVIT DO COMÉRCIO EXTERIOR

O maior motivo pelo qual o dólar teve em poucos meses um reajuste de 31% decorreu basicamente de que as importações dos últimos anos eliminaram o superávit no comércio exterior que vinha existindo desde o início do século XXI, sendo necessário reativar as exportações, visto que, a carência de dólares faz com que seu preço se eleve, em face de maior demanda. Vendo os cinco últimos anos, as exportações foram em 2010 de US$202 bilhões, as importações de US$182 bilhões, superávit de US$20 bilhões; em 2011, exportações de US$ 256 bilhões, importações de US$226 bilhões, superávit de US$30 bilhões; em 2012, exportações de US$243 bilhões, importações de US$223 bilhões, superávit de US$20 bilhões; em 2013, exportações de US$242 bilhões, importações de US$240 bilhões, superávit de US$2 bilhões; em 2014, exportações de US$225 bilhões, importações de US$229 bilhões, déficit de US$4 bilhões. No Brasil, o número de empresas exportadoras recuou para 20 mil, contra avanço para 44 mil de firmas importadoras. Acresça-se à citada valorização do dólar a escassez da moeda ao nível internacional, à forte recuperação da economia americana, cuja autoridade monetária já cogita em elevar os juros básicos.

A alta do dólar favorecerá algumas empresas exportadoras. Porém, o benefício nas exportações será modesto e deixará o custo de vida mais elevado para os brasileiros. O modesto efeito exportador decorre do fato de que os custos brasileiros são mais elevados relativamente aos custos internacionais devido ao chamado custo Brasil, isto é, da deficiência da logística com transportes, da inoperância dos portos e aeroportos, da intrincada legislação e elevada burocracia, além da deficiente elevação da produtividade. Quanto ao aumento do custo de vida já se percebe pelas taxas inflacionárias superiores a 8%. Ademais, sabe-se que o efeito da desvalorização do câmbio implica em elevação de 30% na taxa inflacionária.

O PIB de 2014 alcançou R$5,52 trilhões. Ao câmbio de R$3,20, o PIB correspondeu a USS2,40 trilhões. A renda per capita do brasileiro alcançou US$11,764.71 ao ano, considerada a população de 204 milhões. As exportações corresponderam a 9,37% e as importações a 9,54% do PIB de 2014. Logo, a soma delas é de menos de 20% do PIB. Nos países avançados, as participações das exportações mais as importações estão bem acima de 30%. Conforme se vê o Brasil é ainda uma economia muito fechada em negócios com exterior. Basta dizer que há décadas, as transações internacionais brasileiras variam de 1% a 2% dos negócios internacionais. Hoje está em 1,3% delas. por Paulo Brito

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